19/11/2012

1ª edição, da Autora, em tinta, audiolivro, braile+ tinta ampliada, Livraria Cultura www.livrariacultura.com.br

PROFESSORES - EDITORA MODERNA, PÁG. 154, PROJETO PITANGUÁ CIÊNCIAS, 5º ANO, 3ª EDIÇÃO. SUGESTÃO DE LEITURA PARA A REDE DE ENSINO PÚBLICO EM 2013.

14/11/2012

Editora Moderna indica ao MEC obra em homenagem à Amazônia e ao geógrafo Aziz Ab'Sáber

EDUCAÇÃO
Uma aventura na Amazonia - RAYCHA, terceiro volume da coleçao Toby, está contido no livro Projeto Pitanguá Ciências, 5º ano, 3ª edição, página 154, obra coletiva da Editora Moderna, já aprovado pelo MEC para distribuição na rede nacional de ensino público. A primeira edição, da autora pioneira em livros paradidáticos acessíveis, foi publicada em tinta, braile+tinta ampliada e audiolivro.
A obra está à venda nas lojas e no site da Livraria Cultura. A edição em braile esgotou.
Imagem em baixa resolução. Clicar sobre ela para vê-la ampliada

04/11/2012

                            Pertence à rosa a mais alta dinastia.
Esta foi plantada com um balde de terra do que restou do jardim da casa da Profa. Helena Pignatari antes dele ser concretado, para sempre.

02/11/2012

Celebrar a vida eterna aos finados

Quadra 7, 109. Querido pai, com amor, da filha Gisele.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Dia de finados cinzento e friozinho aqui em São Paulo. Não pude ir pessoalmente onde jazem meu pai, avó e avô paternos. Sempre que podia passava por lá para depositar uma rosa e, em oração, pedir que estejam num caminho ensolarado e florido onde um dia nos reencontraremos na vida após a vida. Sempre desejei o mesmo para outros familiares queridos, amigos, conhecidos e desconhecidos. Hoje não poderia ser diferente. Se há dia para lembrar todos os santos conhecidos, há o 2 de novembro para orar por todos os desconhecidos que partiram na esperança da vida eterna, com Jesus.
 

27/10/2012

Emplacamento de rua feito a mão

Emplacamento, em óleo sobre madeira, por José Acioli Dias












(Osasco-SP) Minha família mora aqui desde que era chamada rua Particular.
O emplacamento oficial foi subtraído e jamais recolocado.
A placa foi pintada, a mão, pelo meu pai (primeiro pintor letrista da cidade), há 16 anos...
Na era da computação gráfica não existem mais artistas que pintam letras com as mãos por meio de pincéis e tintas a óleo.
Esta placa é histórica e, talvez, a única na cidade.

18/10/2012

DIA DO MÉDICO: PEÇO DESCULPAS, DOUTOR

Neste 18 de outubro, Dia do Médico, não quero elogios pelas dores que amenizei. Não quero cumprimentos pelos males que curei. Não quero felicitações pelas lágrimas que sequei. Não quero homenagens pelas vidas que salvei.
Embora o médico também seja um artista, deixem os aplausos para os atores, para os cantores e para os dançarinos. Neste dia quero apenas pedir desculpas.
Peço desculpas por ser limitado; por não ter soluções mágicas para todos os problemas; por não ser onipotente, onisciente e onipresente como Deus.
Peço desculpas por não poder ser o que esperam que eu seja e por não ter os poderes que me atribuem.
Peço desculpas por ter que pagar impostos, por ter que me atualizar, por ter que me alimentar, por ter que me vestir, por ter que me locomover, por ter que educar meus filhos. E, em consequência de tudo isto, peço desculpas por ter que cobrar por meus serviços.
Peço desculpas pelos problemas sociais do Brasil, pela fome, pela miséria, pela desnutrição e pelas grandes epidemias. Não está ao meu alcance resolvê-las, embora muitos me culpem por eles.
Peço desculpas por aceitar passivamente o que os governos fizeram com a saúde pública de nosso país. Peço desculpas por ter que trabalhar sem as mínimas condições técnicas e de segurança. Peço desculpas por ajudar a eleger deputados, senadores e até presidentes totalmente insensíveis aos problemas básicos de nossa população.
Peço desculpas pelo meu cansaço e pelo meu mau humor após uma noite de plantão.
Peço desculpas por não estar sempre sorridente e simpático como um funcionário de hotel.
Peço desculpas por ter que me esforçar muito para que os meus problemas pessoais não interfiram em meu trabalho.
Enfim, humildemente, peço desculpas por ser apenas um ser humano.
Um médico brasileiro.

(Transcrito do Boletim da Sociedade de Pediatria do Grande ABC, de autoria do médico Mario Luiz Perrone, Rondonópolis-MS), in 2000)
 

16/10/2012

QUANDO O NEGÓCIO É SAÚDE

APRENDA A SE VIRAR SOZINHO. Ainda mais se você for um paciente que de uma hora para outra virou "plégico", "tetra", "pq", "spp", "renal" e outros codinomes ouvidos nos corredores dos hospitais e ambulatórios. Mas se o paciente estiver na clínica particular, o mesmo profissional o chamará pelo nome.
Mais um episódio da minha outra vida, desta vez como deficiente física portadora de doença crônica.
Findo mais um tratamento contra infecção do trato urinário.
Os sintomas iniciaram em 4 de setembro, quando passei por uma urodinâmica e relatei ao profissional urologista como me sentia. Exame algum foi solicitado.
No dia seguinte passei por um ginecologista e relatei os sintomas. Ele me examinou, coletou material para exame do colo do útero e solicitou uma série de exames, menos um simples exame de urina. O retorno, pasme, somente em dezembro.
Ao longo do mês de setembro, relatei ao convênio as minhas queixas sobre como me sentia. Não tenho mais a sensibilidade de antes. A dor e o ardor são imprecisos. Por fim, como algumas pessoas que me atendem na saúde dizem que a dor é proveniente da minha cabeça e ainda levam o dedo indicador à testa quando me dizem isto, pedi guia para exame de urina para uma psiquiatra. Ela, delicadamente, me atendeu não sem antes se colocar no meu lugar para tentar imaginar como eu me sentia.
Guia na mão, coleta feita e entregue ao laboratório. Resultado: crescimento das pseudomonas sp, bactérias comuns no meio hospitalar, muito resistentes e que habitam em mim desde que fui submetida a várias cirurgias e, infelizmente, ganhei úlceras de pressão e entrei em grave quadro infeccioso que me custou parte da cabeça do fêmur direito e uma osteomielite.
O que eu faria agora com o antibiograma em mãos? Solicitar a conduta médica. Depois de algumas tratativas veio, enfim, a conduta médica e o tratamento. Exatamente um mês após terem iniciado os sintomas. Quem já teve sabe como são insuportáveis as dores.
A saúde está doente. O paciente é tratado como cliente e é visto em partes. O médico, por sua vez, é segmento da mesma engrenagem deste negócio. Alguns estudaram nas melhores escolas públicas e poderiam devolver ao contribuiente um atendimento exemplar. Porém, segmentado e desfigurado, cansado da hipocrisia e, às vezes, distante do seu juramento ainda repete a melancólica frase: "manda quem pode e obedece quem tem juízo". Juízo?

O Abandono de Hipócrates. Foto: Kalila Pinto
Link para a foto:
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=1&cad=rja&sqi=2&ved=0CCIQFjAA&url=http%3A%2F%2Folhares.uol.com.br%2Fo-abandono-de-hipocrates-foto500249.html&ei=5Zl9UNLRE5DQ9ATfq4DgDA&usg=AFQjCNE2LpHSmE22YuHtmu6ewul0Yo0Dww


 

14/10/2012

Flagrante: motorista ignora rampa de acesso para deficientes


Mais um flagrante da falta de respeito à acessibilidade dos cadeirantes na cidade de Osasco. Por coincidência, na calçada do Mercado Municipal, em frente ao colégio Ceneart, onde para votar tive que ser carregada no colo, no meio da rua, pois não foi preservado o acesso para cadeirantes na entrada da escola. Também não havia qualquer aviso sobre outro portão de acesso para carros transportando deficientes físicos ao local da votação.

13/10/2012

Ilustração do livro "Uma Aventura na Amazônia - RAYCHA",
desenhos MECCHI, pintura em óleo sobre tela Gladys Ometto

DIA DO PROFESSOR. AOS MESTRES, COM CARINHO

Uma das boas coisas da vida é fazer amigos. Tive o privilégio de conhecer, em Osasco, o doutor Aziz Ab'Sáber, o senador Eduardo Suplicy e o então doutorando em Geografia pela USP arquiteto Edmilson Brito Rodrigues, duas vezes prefeito de Belém (PA), pelo PT. Edmilson me deu a honra de fazer a apresentação da biografia do inesquecível mestre Aziz Ab'Sáber na noite de autógrafos do meu livro Uma Aventura na Amazônia - RAYCHA, escrito com orientação de um dos maiores cientistas brasileiros, referência em geografia, meio ambiente e educação.
Prof. Edmilson, agora doutor em geografia pela USP, retornou a Belém do Pará e concorre para governar a grande cidade amazônica, pela terceira vez, agora pelo PSOL. A vitória será decidida no segundo turno das eleições.
Abaixo, reproduzo na íntegra a bonita apresentação daquela inesquecível noite em homenagem ao mestre Aziz, que nos deixou em 16 de março deste ano. Fica como homenagem do Blog ao Dia dos Professores, nas pessoas de três ilustres brasileiros que tive a honra de conhecer e compartilhar saberes: professores Aziz, Suplicy e Edmilson.

(*) No Diário da Região, de 17/6/2005, escrevi artigo, a pedido da então editora Simone Trino, sobre o evento que motivou a vinda de Aziz Nacib Ab'Sáber, Eduardo Matarazzo Suplicy e Edmilson Brito Rodrigues a Osasco. Título: Aziz Ab'Sáber e Suplicy: símbolos da resistência do Brasil que pensa

10/12/2008

Aziz Ab’Saber é um exemplo da capacidade de sonhar inerente às almas que se mantém crianças


TEATRO EVA HERZ
LIVRARIA CULTURA
9/12/2008 Palestra e Sessão de Autógrafos com Ab'Sáber
Coordenação: Gisele Pecchio (escritora) e Adriana Giglio (Eventos da Livraria Cultura)
Apresentação de Aziz Ab'Sáber: Prof. Edmilson Brito Rodrigues

AZIZ AB’SÁBER
Sabedoria e dignidade a serviço de um Brasil e um mundo felizes
Aziz Nacib Ab'Sáber é um cidadão do mundo nascido em São Luís de Paraitinga em 1924, onde viveu até os seis anos, quando sua família se mudou para Caçapava, onde freqüentou o curso primário. Para cursar o ginásio, ia diariamente a Taubaté, até que fosse inaugurado o ginásio em Caçapava. Geógrafo formado pela USP, concluiu seu doutorado em 1956, em 1965 recebeu o título de livre-docente e em 1968 o de professor titular dessa instituição universitária da qual foi Diretor do Instituto de Geografia.
É um dos geógrafos mais respeitados no mundo, tendo desenvolvido teses de importância singular para a ciência geográfica universal. Ao longo de mais de seis décadas de trabalho, que continua em pleno poder frutificador, produziu e publicou muitas centenas de artigos, teses, projetos, livros. Se seu referencial de análise é o geográfico, Ab’Saber, por ser um pensador crítico e arguto, é um desses raros intelectuais do planeta com um senso de totalidade surpreendente, e grandeza para advogar a necessidade de um esforço interdisciplinar para a apreensão, compreensão e solução dos problemas sócio-espaciais contemporâneos, a fim de que a humanidade possa caminhar rumo a um futuro mais justo e feliz.
As histórias de instituições como o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), a Academia Brasileira de Ciências; a SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (que presidiu entre 1993 e 1995), bem como a USP, na qual continua atuante no Instituto de Estudos Avançados como professor honorário, não podem ser contadas sem que se considere a competente contribuição técnico-científica e dirigente desse sábio e dedicado mestre.
Professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Ab’Sáber coleciona importantes prêmios que expressam reconhecimento pelo muito que o Brasil e o mundo lhe devem. Contudo, o Brasil e o mundo estão longe do reconhecimento merecido por este que é símbolo da inteligência e compromisso com uma ciência a serviço da dignidade humana.
A coerência do professor Aziz Ab’Sáber é outra característica que lhe enobrece. Nunca fecha os olhos aos problemas sociais no território brasileiro e no espaço mundial; nunca deixa de reconhecer o mérito de políticas favoráveis ao projeto de sociedade democrática e justa. Do mesmo modo, nunca deixa de criticar as políticas e os governos que as perpetram quando as julga injustas. Foi assim contra a ditadura militar, como incisivo foi com relação ao governo de Fernando Henrique Cardoso, seu colega de USP, e mesmo em relação ao governo do presidente Lula, a quem emprestou seu prestígio e colaborou na elaboração programática em diversas campanhas presidenciais até 2002. Com a humildade que lhe é peculiar, mas do topo da autoridade moral e intelectual que lhe assegura respeitabilidade no mundo todo, tem a coragem de falar de sua indignação com a incompetência técnica, científica, administrativa e social de membros do primeiro escalão do governo. E ousadia para afirmar que em relação à educação e à preservação ambiental os erros são bárbaros. “Falta estudá-los seriamente, com profundidade e interdisciplinaridade”, afirma. Questionado sobre o discurso do presidente de que “a Amazônia brasileira não pode continuar intocada, mesmo porque lá moram 20 milhões de pessoas”, Ab’Sáber, com o modo respeitoso mas sincero que lhe é peculiar, porque cientificamente honesto, afirma: “É um erro sem tamanho afirmar isso. Cerca de 70% dessa população já migrou para as cidades devido à dificuldade de conseguir um emprego na agropecuária. O problema principal é saber como a Amazônia está sendo tocada, por quem e por que tipo de capitalismo”. Ab’Sáber tem demonstrado decepção com o fato dos governantes nada fazerem para conhecer a Amazônia, mediante trabalhos sérios de pesquisadores e cientistas. Em recente entrevista, observa: “Qualquer coisa que diga respeito a um projeto é feita sem previsão de impacto, sem delimitação de subáreas. Na questão amazônica, cheguei a fazer um mapinha das 23 células espaciais e mandei para o Lula quando assumiu a presidência, com uma carta dizendo que deveria reunir em Brasília pessoas competentes, geógrafos, geólogos, sociólogos, indigenistas para estudar cada uma delas. Depois, se organizariam seis comissões com pós-graduandos e técnicos para ir até as células, comparando os problemas, que são muito variados. Mas alguém rasgou a carta, eles não querem a opinião de ninguém. Uma das minhas críticas ao governo Lula é a falta de democracia no debate das idéias”.
A indignação é desse cidadão do mundo que optou por ser geógrafo, mas pensa o espaço geográfico na perspectiva histórica. Desde seus primeiros trabalhos, como “Regiões de Circundesnudação Pós-etácica no Planalto Brasileiro”, ainda nos anos 40 com repercussão internacional — até “A Revolta dos Ventos”, que explica o quanto as areias das campanhas gaúchas têm a ver com o mau uso do solo, não há região que Aziz não tenha estudado ou visitado. Um de seus trabalhos mais recentes explica tudo acerca dos oito mil quilômetros de litoral brasileiro, do Oiapoque ao Chuí — praias, mangues, encostas, ilhas, bocas de rios, restingas, enseadas, fauna e flora, e como se formaram ao longo dos últimos milhares de anos. Entre outras obras de grande relevância, inclui-se “Amazônia: do discurso à praxis” (1996) publicado pela Edusp, onde faz o que mais sabe fazer: ensina sobre os problemas ecológicos, econômicos, geomorfológicos e climáticos; sobre relação do homem com a natureza e os impactos ambientais, a necessidade de proteção, entre outras questões centrais para se pensar essa região que tem papel fundamental na geografia do Brasil e do mundo.
O mestre também realiza sua práxis social pela afirmação do princípio de que a educação é o elemento fundamental para a inserção social dos explorados e oprimidos. Estuda as periferias, elabora projetos de instalações úteis para as crianças, como o projeto de mini-vilas olímpicas /clube da comunidade; organiza uma campanha por bibliotecas comunitárias, montadas em centros comunitários, sedes de escolas de samba, presídio, cursinhos pré-vestibulares, etc. Tem consciência de que o acesso aos livros é condição fundamental para que crianças e jovens conquistem o hábito da leitura e possam ser protagonistas de um futuro digno e feliz.
Por isso, o presente ato se reveste de um significado muito especial. É um belo momento de lançamento de livro. Belo, porque livro; belo porque a autora, jornalista e escritora Gisele Pecchio escreve para crianças de todas as idades e, concordando com o professor Ab’Sáber, contribui para transformar o amor pela leitura em caminho de inserção social, especialmente ao editar sua obra em padrão convencional, em braile e áudio-livro, coisa que o poder público e as grandes editoras se negam a fazer porque o lucro se sobrepõe ao direito humano ao saber. O momento é de beleza porque o livro trata da Amazônia – objeto estudado com profundidade pelo mestre e nele é inspirado. Mesmo porque, aos 84 anos completados no último dia 24 de outubro, o professor Aziz Ab’Saber é um exemplo da capacidade de sonhar inerente às almas que se mantém crianças.
Edmilson Brito Rodrigues, Arquiteto, Artista Plástico, Professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo.

Fontes:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=24184
http://cienciahoje.uol.com.br/1678
http://www.vermelho.org.br/diario/2002/1126/antero_1126.asp
http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2005/espaco55mai/0perfil
http://www.comciencia.br/entrevistas/aziz/aziz01.htm
http://cienciahoje.uol.com.br/1678
http://ocavirtual.wordpress.com/2008/07/03/aziz-absaber-fala-sobre-a-amazonia/
http://profissaogeografo.blogspot.com/2007/09/aziz-absaber-reconceituando-educao.html
http://blog.controversia.com.br/2008/11/24/aziz-ab%C2%B4saber/
Revista Teoria e Debate Fundação Perseu Abramo nº 18 maio/junho/julio de 1992.

Dia das Crianças. Recordar é viver.


Esta foto é uma das mais felizes recordações da minha vida.
Em 12 de outubro de 2003 lancei o meu primeiro livro: "Um par de asas para Toby",
ilustrado por José Carlos Mecchi (de camisa xadrez ao lado da minha sorridente mãe).
A pequena Pamela, hoje quase advogada, meu irmão Lourenço, primeiro à esquerda, ao lado do escritor Marcos, e meu melhor amigo, já falecido, Ten. Mario Orlandini Filho. Tenho saudades da Praça de Eventos do Osasco Plaza Shopping onde sempre estive presente no dia das crianças e de Nossa Senhora, lançando meus livros ou em recreação com as crianças.

 

07/10/2012

Eleições 2012: dever cumprido, no colégio Ceneart, em Osasco

Eleições 2012: dever cumprido.
Moro nesta rua há 52 anos. Agora sou cadeirante e sem ajuda não consigo sair de casa. Espero do próximo prefeito de Osasco e dos vereadores uma boa gestão da cidade, em especial na saúde, educação e mobilidade, para todos.
Desejo voltar ao meu trabalho na prefeitura e fazer o meu melhor e ser respeitada na minha condição. Meu esforço para votar é o começo da nova trajetória, agora muito mais difícil porque ainda não consegui me reabilitar por causa das feridas e infecções recorrentes.
Irmãos em Cristo. Vida nova, novos amigos e o amiguinho de sempre, no
canto inferior, à direita da foto (Toby). Sem Toninho e Jefferson eu não
teria conseguido ir votar. É bom saber que nunca estarei sozinha.
Foto: Fany Pecchio

03/10/2012

Transporte acessível é solicitado para eleitora votar em Osasco

Em Osasco, dois grandes partidos deverão decidir a eleição municipal para Prefeito: PT e PSDB. O poder Judiciário teve independência para julgar e condenar deixando um legado importante para que cidadãos que ignoram a Lei no uso das atribuições do poder que lhes é conferido por Deus possam se espelhar em bons exemplos e escolher boas companhias para jamais ter manchadas suas biografias, muitas delas construídas com muito esforço e mérito em contribuição à construção de um País justo e igualitário. Isso jamais deverá ser esquecido.
 
Escrevo esta nota porque acabo de receber o programa de governo do Engº Lapas. E somente o dele chegou aqui em casa até agora. Muito bem estruturado. Gostei bastante. Faltou descrever mais sobre o que fará para ajudar a preservar os direitos das pessoas com deficiência. Fala mais sobre mobilidade urbana, que é parte importante do direito de ir e vir para todos.
 
Como sei que a deputada federal Mara Gabrilli contribuiu muito com suas ideias pioneiras para que o governo federal, então representado pelo presidente Lula, pudesse fortalecer a luta pela igualdade de direitos dos diferentes, escrevo estas linhas na esperança de que os representantes destes dois grandes partidos políticos, aqui em Osasco, possam seguir juntos, em harmonia, na evolução da edificação dos pilares da democracia e do direito, para todos e todas, em igualdade de condições, dentro do princípio da colaboração e da Lei.
 
Abraço a todos e bom voto no domingo.
Deixo abaixo o Ofício da Deputada Mara Gabrilli, que em tom respeitoso faz uso do poder para lembrar o direito de pessoas como eu, que sem ajuda não posso sequer ir votar.
Avante, cidadãos, vamos às urnas!
Por aqui, já recebi telefonema amigo se prontificando a me levar votar, independente do transporte acessível. Muito agradecida, espero pela companhia e ajuda.
 
Gisele

CÂMARA DOS DEPUTADOS ESCRITÓRIO DA DEPUTADA MARA GABRILLI – PSDB/SP

Escritório da Dep. Mara Gabrilli – Rua 24 de Maio, 35 Cj. 1.101 – República – São Paulo / SP CEP 01041-001 - Telefone: (11) 3222-2201

São Paulo, 27 de setembro de 2012.

OFICIO 148/2012 - SP

Senhor Prefeito,

Venho por meio deste, expor a V. Ex.ª uma solicitação que recebi de uma munícipe residente neste município, onde a mesma relata as dificuldades que está passando para encontrar um transporte acessível que a leve até o seu local de votação no dia das eleições.

A solicitante possui uma deficiência física, faz uso de cadeira e com isso tem dificuldades de locomoção. Ela é atendida pelo
"SERVINDO", serviço de transporte ligado à CMT para realizar seus tratamentos na AACD. Ao requerer o mesmo transporte para seu colégio eleitoral, os mesmos disseram que a prefeitura disponibiliza apenas vans comuns no dia da votação. O serviço adaptado só funciona de segunda à sexta-feira e serve apenas para levar os passageiros atendidos à consultas médicas e clínicas de reabilitação.

Diante do exposto, peço que Vossa Excelência dê especial atenção ao caso, para que assim como a solicitante, mais eleitores com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida possam ter mais facilidade e menos obstáculos para votarem em seus respectivos colégios eleitorais e exercerem o seu direito de voto, constitucionalmente garantido.

Agradeço antecipadamente e aproveito para reiterar meus protestos de elevada estima e consideração.

Atenciosamente,

Mara Gabrilli

Deputada Federal

PSDB/SP

Excelentíssimo Senhor

Emidio de Souza

Prefeitura Municipal de Osasco

Av. Bussocaba, 300

30/09/2012

Comprei no Mercado Municipal de Osasco

Ontem, 29, com o auxílio da Eva, da mamãe e do Toby fiz compras no Mercado Municipal de Osasco. Faço compras no "Mercadão" desde a adolescência, quando estudei no então tradicional Colégio Estadual Antonio Raposo Tavares (Ceneart), onde representei a escola e, depois, a cidade jogando nos times mirim e infantil de volei e basquete.
O trajeto até lá foi difícil e proibido. Uma perigosa aventura. Minha cadeira foi tocada pelas ruas quase o percurso inteiro, desviando dos carros e dos buracos. Calçadas acessíveis não há. Além de mal conservadas e sujas, são feitas rebaixadas para a entrada e saída de veículos. Pedestres, idosos, cadeirantes e bebês em carrinhos que se danem. Um treino para ver se consigo ir votar no próximo domingo, acaso não haja transporte adaptado, com rampa, para cadeirantes. Espero que Eva possa estar aqui no domingo, senão...

Eliana Aragoni, Casa Coelho, me presenteou com uma rosa branca, a mamãe com
gotas de leite e ao Toby com ossinhos. Há 2 anos e seis meses eu não ia na sua loja.




 

25/09/2012

Votar em 7 de outubro, na luta pela acessibilidade















foto: Gisele Pecchio,
Dia da Bandeira, neste blog

Quando abri os olhos, na UTI, sentindo dores por todo o corpo, inerte abaixo do estômago, nem desconfiava que dores mais intensas sentiria tempos depois, em casa, retomando a luta pela acessibilidade. Não somente pelo direito de acesso ao conhecimento e à leitura para crianças de todas as idades e diferentes necessidades, por meio da Coleção Toby. Minha luta ganhou grau maior de dificuldade. Não consigo chegar até as crianças e professores. Não posso aceitar convites para sessões de leitura e palestras nas livrarias. Não tenho editora nem distribuidora para auxiliar-me a não deixar morrer trabalho editorial pioneiro no Brasil em livros paradidáticos. Sem a Justiça Eleitoral, talvez, nem votar para Prefeito e Vereador na cidade de Osasco, onde moro há 52 anos, conseguirei.

Nesta terça, 18, por telefone, solicitei ao Cartório Eleitoral de Osasco veículo adaptado com rampa para votar em 7 de outubro. Disseram-me que haverá Vans comuns, sem rampa, para atender a esse tipo de demanda. Sugeri que formalizassem por ofício, à Companhia Municipal de Transportes (CMTO), serviço que cuida da gestão do transporte público e mobilidade, da Prefeitura Municipal de Osasco. Não houve resposta sobre minha sugestão.

Telefonei ao pessoal do Servindo, onde estou inscrita para fazer uso do transporte para levar-me às consultas na AACD. Disseram-me que o serviço opera de segunda a sexta, somente para consultas e terapias. Isso eu já sabia e somente tenho o que agradecer pela gentileza e profissionalismo dos motoristas e pessoal da gestão.

Disseram-me, também, que poderia se caracterizar em crime eleitoral a utilização do transporte adaptado para deficientes no dia da eleição. Argumentei que ao oficiar à Prefeitura do Município de Osasco o pedido do veículo adaptado com rampa, a Justiça Eleitoral estaria cumprindo o princípio da igualdade de acesso para pessoas diferentes.

Informei sobre a minha demanda, e a de quem possa se enquadrar no meu estado de comprometimento físico, à deputada federal Mara Gabrilli, a primeira tetraplégica a nos representar no Parlamento. Estou aguardando orientação sobre como poderei exercer o meu direito de votar. Capacidade intelectual não me falta. Faltam-me condições. Meu tempo na cadeira de rodas ainda é restrito, por causa das úlceras de pressão e outras sequelas. Aguento até 4 horas. Meu tempo começa a contar a partir das 10h., quando após banho, curativos e ajuda para vestir-me e sentar-me na cadeira posso ser útil à minha família e à Pátria.

16/09/2012

A maior doença é não ser amado

Recentemente, um homem veio ter comigo na rua e perguntou-me: "A senhora é a Madre Teresa?” Eu respondi: “Sou.” Então ele disse-me: “Por favor, mande alguém à minha casa. A minha mulher está meia louca e estou meio cego. Mas ansiamos ambos por ouvir o som amável de uma voz humana.” Eram gente abastada. Tinham uma casa com tudo. Mas estavam morrendo de solidão, estavam morrendo por não ouvir uma voz humana.
Como é que sabemos que ao lado da nossa casa não vive alguém assim? Sabemos quem são as pessoas, onde estão elas? Vamos à procura delas e, quando as encontrarmos, amemo-las. Depois quando as amarmos havemos de as servir.
Deus continua hoje a amar tanto o mundo que entrega cada um de nós para amarmos o mundo, para sermos o amor Dele, a compaixão Dele. É um pensamento tão belo para nós - e é uma convicção - de que nós podemos ser esse amor e essa compaixão.
Sabemos quem são os nossos pobres? Conhecemos os nossos vizinhos, os pobres da nossa área de residência? É fácil falarmos sem cessar sobre os pobres de outros locais. Muitas vezes, temos os que sofrem, temos os que estão sozinhos, temos as pessoas velhas, indesejadas, sentindo-se profundamente infelizes - que estão perto de nós e nós nem sequer as conhecemos. Nem sequer temos tempo para lhes sorrir.
A tuberculose e o cancer não são grandes doenças. A meu ver, doença muito maior é não ser querido, não ser amado. A dor que estas pessoas sofrem é muito difícil de compreender, de penetrar. Parece-me que é por essa dor que a nossa gente está passando em todo o mundo, em todas as famílias, em todas as casas.
Este sofrimento repete-se em cada homem, em cada mulher e criança. Parece-me que Cristo está novamente sofrendo a Sua Paixão. E temos de ser nós a ajudar essas pessoas - temos de ser Verônica, temos de ser Simão para eles.
Os nossos pobres são gente fantástica, gente muito amável. Não precisam da nossa piedade nem da nossa compaixão. Precisam da nossa compreensão, do nosso amor e do nosso respeito. Nós precisamos dizer aos pobres que eles são alguém para nós, que também eles foram criados pela mesma mão amorosa de Deus, para amarem e serem amados. Fonte: FB


Teresa de Calcutá ( 1910-1997), missionária católica, dizia que o que importa não é o que fazemos mas o quanto de amor dedicamos no que fazemos.

24/08/2012

Consulta no ginecologista, outra barreira para superar

*Sobre os sintomas persistirem:
Entendi o quão inútil foi o meu sacrifício perambulando de consultório em consultório para descobrir a origem da dor. Um simples exame de urina e urocultura teriam me livrado de muitos constrangimentos. Um único e justo atendimento feito por qualquer um dos profissionais que me atendiam, da médica do atendimento domiciliar, ao ginecologista ou urologista. E mais tarde ainda fui acusada de gerar custos para o convênio. O único exame que fiz no consultório do urologista, uma urodinâmica pedida pela fisiatra do convênio, em 04/9/12, poderia ter me auxiliado. Neste dia relatei os sintomas ao médico e o pedido de um exame de urina e urocultora teriam evitado um calvário de peregrinações. O próprio ginecologista poderia ter solicitado, já que utilizo sonda, não porque quero mas tenho feridas e perdi, de há muito, a capacidade de conter a urina associada a insuficiência esfincteriana.Tenho infecções urinárias de repetição e necessito de controle e antibióticos.
Quem resolveu mesmo foi a psiquiatra que me atendeu em 26/9/12. Estava com muito ardor e solicitei que me desse uma guia para urina I e urocultura, antes de relatar a ela como me sentia em relação aos medicamentos que faço uso para enfrentar essa tribulação toda. Ela errou a data quando pedi, noutra consulta, em 28/1/13, que confirmasse o pedido de exame que lhe fiz (anotou 26/9/13 invés de 26/9/12), razão pela qual estou postando hoje no blog. O resultado saiu em nome do ginecologista, que não me fez pedido de exame de urina. O resultado da origem do pedido saiu em nome da assistência domiciliar mas me levaram em maca ao laboratório para fazer a coleta, estando eu em regime de home-care. Depois, o enfermeiro do home-care me entregou o resultado e disse para eu mostrá-lo à psiquiatra. Não retruquei, ignorei mais essa tortura psicológica e estresse do meu já cansado corpo físico. Depois que o enfermeiro foi embora abri o exame, li o resultado e insisti pela conduta do serviço domiciliar que saiu em 04/10/12 após eu engolir provocações.

No último dia 14 estive em consulta com ginecologista do convênio. O médico que me atende somente tinha agenda para 31 de agosto; a consulta já havia sido marcada há cerca de um mês. Precisei antecipar, com outro profissional, devido a uma insuportável intercorrência. Mesmo assim, aguardei uma semana pelo atendimento.
Cheguei no consultório em maca. A enfermeira levou os instrumentos para exame de Papanicolau e se colocou à disposição do doutor para auxiliá-lo. O médico, no entanto, sequer me examinou. Percebi que tinha boa vontade mas não sabia o que fazer com uma paciente paraplégica que tem espasmos na perna e ainda utiliza sonda de demora.
Nem tentou me examinar, não prescreveu e me forneceu amostra grátis de uma pomada a base de fosfato dissódico de dexametasona mais associação. Tentou me poupar e se poupar mas a pomada não resolveu e os sintomas persistem*.
Percebi a sua boa vontade, inútil, em querer me ajudar evitando algo que pudesse me prejudicar diante da sua falta de prática em atender pacientes como eu. Para falar a verdade, eu mesma estou apanhando muito para aprender a lidar com esse meu outro corpo físico. Ele está muito diferente do que já foi.
Jamais usei sonda, nunca tive escoliose, espasmos ou úlceras de pressão. As drogas que eu conhecia eram adrenalina e serotonina e, de vez em quando, umas gotinhas de analgésico ou antitérmico.
Li na web uma entrevista com a jornalista Flávia Cintra, também lesada medular, sobre a conduta de alguns médicos diante de pacientes como nós. Ela inspirou a criação da personagem tetraplégica em novela da Rede Globo.
Comentei o fato em consulta com a médica que me acompanha na AACD-Osasco, Dra. Midori. Ela foi enfática ao dizer que tenho o direito de exigir ser examinada.
Tenho fé que essa é uma missão que me cabe para contribuir, como outras tantas mulheres com lesão medular, a fim de melhorar a vida de pessoas diferentes com direitos iguais. Para então, com a indispensável ajuda dos médicos, paramédicos e outros profissionais que se dedicam ao setor da saúde, atingir a tão sonhada reabilitação e readaptação para a vida e para o trabalho. Acaso tudo contribua para eu desistir de lutar, que Deus me ampare em sua infinita misericórdia.
 
 


 





17/08/2012

TRÍPLIC3 PARC3RIA reúne metodologia à inclusão escolar e comoventes histórias de vida

TRÍPLIC3 PARC3RIA
Um método de sucesso na inclusão escolar de pessoas com síndrome de Down
Por Letícia P. Gaspar Silveira, Nancy Pereira da Costa, Vilma de Carvalho Sestaro e Colaboradores.
Editora: ICACESP, 2011
ISBN 9788561623067

A dedicatória: para a prima Gi e para a tia Fá, com o carinho e beijos da Pri, Santos -SP, 03/8/2012
O livro: uma contribuição científica baseada em rica bibliografia, acompanhamento familiar, escolar e acadêmico recheada de relatos emocionantes sobre a evolução de dois brasileiros com síndrome de Down: Samuel de Carvalho Sestaro (designer de moda) e Pricila Silveira Ghiuro (especialista em gastronomia)
Leitura obrigatória para quem já tem ou pretende ter filhos, profissionais da educação, saúde e para todos aqueles que acreditam na transformação da vida por meio da interação de todos, por amor.
O amor é verdadeiramente transformador, o maior legado deixado aos cristãos. Ele é eterno e seus frutos jamais perecerão.
Parabéns prima Let! 
Nós duas deixamos a nossa singela contribuição à inclusão de pessoas diferentes com direitos iguais na sociedade. Cada uma de modo diferente, mas o conteúdo ficou registrado em livros.
Agora travamos uma luta pelas nossas vidas, cada uma a seu modo. Mas temos em nosso DNA a força que resiste a dor física e emocional e que nos conduz sorrindo mesmo com os corações partidos.
Smile!
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile...

02/08/2012

Gisele Pecchio está feliz com a sua calcinha de algodão

Hoje recebi a visita de outro colega da Prefeitura do Município de Osasco. O Enfº Felisberto Pereira Lima, do Programa de Atendimento Domiciliar (PAD), da Secretaria de Saúde. Igual a do fisioterapeuta, uma visita profissional.
Quando ligaram-me agendando fiquei meio preocupada pois estava acostumada com a Enfª Mariselma Gimenes. Entre mulheres fico mais à vontade devido ao grau de comprometimento motor e fisiológico em que me encontro.
Nada como um dia após o outro para eu me acostumar com a nova vida. Agora não pode mais haver espaço para a timidez, o pudor, o choro e o recato quando se tratar da minha relação com os profissionais da saúde e cuidadoras. Preciso me adaptar para viver.
Imagine que graças ao profissionalismo do Enfº Felisberto, hoje, deixei a fralda, ainda que experimentalmente, e estou usando a minha calcinha de algodão favorita. Estava esquecida na gaveta do meu guarda-roupas, no meu quarto, onde jamais pude entrar após o acidente, em março de 2010. São 23 degraus até a minha antiga casa, onde talvez não mais voltarei sem um elevador ou outro tipo de adaptação capaz de me fazer subir sentada, na minha cadeira..
CALCINHA - Você deve estar rindo da importância que dei para uma simples e velha calcinha de algodão. Ocorre que há dois anos e meio uso fraldas por causa das feridas na bunda. O mais engraçado é que além do elástico velho e bem soltinho ela tem a estampa de uma criança andando de bicicleta. A diferença agora é que a minha "bicicleta" tem duas rodinhas pequenas e duas grandes. Hoje, Felisberto colocou-me em decúbito para aplicar dois curativos hidrocoloides franceses, um no glúteo e outro na região sacral. São curativos muito caros, de rápido resultado no fechamento das úlceras, explicou ele. O ideal é que permaneçam até sete dias e resistam ao suor do corpo e a água do banho. Por isso a fralda deu lugar à calcinha de algodão. O algodão absorverá a umidade para o bom resultado.
Vamos torcer para dar certo. Do contrário, valerá o longo, cansativo e também custoso tratamento convencional das velhas e boas pomadas.
Passo a passo, com a ajuda do pessoal do convênio hospitalar, do PAD e da AACD vou vencendo barreiras que pareciam intransponíveis.
Deus, em nome de Jesus, muito agradecida por mais este dia. Tome conta da Gi. Ela está em suas mãos e confia em ti. Cuide bem da pequena Giovana, ela também precisa muito de ti. Amém.

26/07/2012

Osasco precisa de acessibilidade não somente nas ruas do centro

Proprietários devem colaborar: faltam rampas de acesso e passeio acessível
















"Mesmo morando no centro há 52 anos não consigo tocar a minha cadeira de rodas nem nas calçadas da rua onde moro e faltam rampas de acesso nas esquinas e nas lojas. A lei é nacional e obrigatória para todos os locais públicos e privados, inclusive nas periferias das cidades. Tá difícil fazer a lição de casa no centro, vamos ver como será nos distantes pontos da cidade de Osasco".

Ivan Ferrari Machado fez a visita de avaliação mensal da paciente Gisele Pecchio Dias na última sexta, 27. Ele é fisioterapeuta do Programa de Assistência Domiciliar da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Osasco.
Ao contrário de quem "nem me avaliou mas disse que seria impossível a minha reabilitação e readaptação às atividades da vida diária (AVD's), Ivan é um profissional otimista, motivado e nem quer saber de ouvir palavras negativas. Trata seus pacientes como um treinador de atletas, sempre buscando o nosso melhor", disse Gisele.
Para ela, é essencial ter pessoas assim ao seu redor, mesmo que, infelizmente, seja uma visita mensal.
No mês passado "ele me disse para eu sair de casa e fotografar a saída para ele certificar-se de que eu fui mesmo (risos)".
Para a paciente do fisioterapeuta Ivan Ferrari "é muito bom saber que tenho colegas com essa qualidade profissional na PMO pois tudo o que mais desejo é voltar ao trabalho e não sofrer a dor da dupla exclusão: ter algumas ideias divergentes e, a exemplo de parte dos meus leitores, que são cegos, não ter atendidas as necessidades especiais de acesso ao trabalho, às ruas e às atividades do cotidiano".
Por falar nisso, Gisele e seu poodle Toby gostariam de ter ido rever o paisagismo ao redor da Biblioteca Municipal Monteiro Lobato mas não conseguiram ter acesso à calçada, na esquina da avenida Marechal Rondon com a rua Tenente Avelar Pires de Azevedo: falta rampa. "As calçadas da minha rua (Lanciotto Viviane), então, são impossíveis para eu andar tocando a cadeira. Precisei ir pelo meio da rua".
Quem sabe, mais tarde, com uma cadeira de rodas aro 24 Gisele consiga driblar os muitos obstáculos que enfeiam a cidade e inviabilizam o ir e vir em igualdade de oportunidades para todos.

10/07/2012

O amor é a tarefa da vida DEUT 5-6, 6
Felicidade é poder beijar o rosto de um irmão antes dele sair para o trabalho. Sempre fiz isto com os entes da família. É tão bom desejar:
- "Bom dia! -. "Deus te acompanhe".
Depois do acidente, ainda não posso ir ao encontro das pessoas como antes pois dependo da chegada de alguém para tirar-me da cama para começar o dia, sempre na cadeira de rodas.
Fiquei um ano e meio sendo puncionada nas veias para receber antibióticos contra infecção e estava muito debilitada neste período. Por isso, familiares e amigos mantiveram como limite o batente da porta do quarto para me ver.
Ocorre que meu organismo já venceu o risco da sepsia e não há motivo para não dar e receber um beijo e um abraço. Mesmo assim, fora o dia do meu aniversário, eu e meu irmão nunca mais trocamos um beijo e isso me deprimia muito. Irmãos são para sempre. Nada pode ser mais triste do que a distância de alguém tão próximo.
Em conversa com o amigo Toninho, cadeirante como eu, ele me aconselhou a dar um beijo surpresa em meu irmão.
- Faça isso! -, disse ele.
Eu fiz. Do batente da porta José Lourenço perguntou:
- Tudo bem? - Antes da resposta já ia saindo para voar com a sua moto para o trabalho.
- Ei! Vem aqui. -, pedi a ele. Puxei-o pela jaqueta de motociclista, equilibrando para não cair da cama (ainda não tenho controle de tronco) e dei-lhe um beijo no rosto. Tímido, ele ficou vermelho, sorriu e desejou-me "bom dia". Feliz, retribuí desejando que Deus o acompanhasse.
Não é que Toninho tinha razão. Ficamos sempre esperando receber dos outros aquilo que também podemos oferecer para "quebrar o gelo" nas relações de família ou em qualquer grupo social.
O ser humano, em geral, é tímido e fica sempre esperando receber amor, tarefa diária que Deus nos deixou para ser praticada até o final dos tempos.
Pratiquemos, então, o verdadeiro amor, todos os dias das nossas vidas.
A auto-suficiência é o pecado maior de todos os tempos. Todos precisamos uns dos outros. Nas palavras de Deus, gravadas nas escrituras, estão as lições sagradas para todos os dias.
- Bom dia!




07/07/2012

Criança faz bem para o coração

Compartilho imagens da visita da pequena Isabela, ontem. Passou o dia em casa, brincando comigo de passar a bola com as mãos, sob olhares ciumentos do Tobinho. Melhor fisioterapia não há, sem contar que faz bem ao coração o sorriso singelo de uma criança.
- Eca! O que é isto? - quis saber Isabela sobre o coletor da minha sonda uretral de demora (SUD).
Foi a primeira oportunidade que tive de explicar a uma criança o porquê da utilização desse recurso. Outras crianças e adultos já viram, estranharam mas não tiveram a curiosidade da Isa.
Isabela não estranhou a minha escoliose à direita, nem as minhas pernas magras e a cadeira de rodas.
É muito bom ter a chance de explicar e ser perfeitamente entendida. Por isso gosto tanto das crianças.

27/06/2012

Fiquei paraplégica mas nada mudou

Continuo com as mesmas responsabilidades de antes do acidente que me deixou paraplégica. Sou a mesma mulher emotiva, sensível e direta nas minhas decisões. Com a coluna quebrada e outras graves sequelas foi embora a minha capacidade de fazer um montão de coisas ao mesmo tempo. Troquei o carro por uma cama motorizada e as pernas fortes da nadadora e ex-jogadora de basquete repousam frias sobre as pernas da cadeira de rodas que me conduz.
Desde cedo fui educada para servir e para a independência. Aprendi a lavar minhas calcinhas, depois minhas roupas. Com auxílio de um banquinho lavava toda a louça e fazia café e bolo para as visitas. Encantadas com a minha habilidade para auxiliar mamãe, na hora de ir embora as visitas sempre me davam um dinheirinho para comprar doces. Eu guardava as moedas num cofrinho e mais tarde minha mãe ia comigo depositar na poupança. Fui uma das primeiras crianças a abrir uma caderneta de poupança na antiga Haspa.
O que seria de mim hoje não fosse essa educação financeira? Também devo à mamãe esse primeiro passo.
Com 22 anos fui trabalhar como jornalista no Bradesco, primeiro na Fundação, depois no Banco. Lá aprimorei a disciplinada atitude de poupar de 30% a 40% do meu ganho mensal.
Hoje tenho conseguido pagar todas as despesas da casa, pessoais e ainda pessoal de enfermagem para cuidar de mim e uma maravilhosa auxiliar para ajudar a mim e a mamãe na arrumação da casa. Antes, era eu quem limpava, lavava e fazia tudo por aqui, até pintura de paredes e manutenção predial.
Não percebi que o tempo passou e que aos 50 anos uma mulher não deve pegar tão pesado assim. Ocorre que trabalho com redação, criação, pensando e planejando o tempo todo. Pensar dói. Então, o esporte e os serviços domésticos sempre foram uma forma de distração.
É tão gostoso arrumar gavetas num dia de chuva. Agora quase entro em pânico quando chove porque tenho medo de a enfermeira não aparecer para ajudar-me a sair da cama para começar o dia.
Graças a Deus fiquei sem tomar banho e fazer curativo um único dia.
Como escreveu-me Mara Gabrilli: "Uma pessoa disciplinada como você, que continua persistindo em acertar, subitamente descobre que por entre linhas tortas o mundo se acertou..."


Eu, mamãe e a sobrinha Marianna, que hoje faz aniversário. PARABÉNS MARI!

25/06/2012

Tenho muito para agradecer

Ontem permaneci 8 horas na cadeira de rodas. Procurei respirar, me concentrar nas graças que tenho recebido do Senhor, no amor e dedicação da mamãe, nas queridas amizades que me foi possível conservar e nos amigos novos que vieram ao meu encontro nos dias e meses que tenho passado entre a minha casa e os ambulatórios do hospital, em especial o da Dra. Ana Maria e na sala de fisioterapia, todas as segundas-feiras. 
Aprendi a conviver com a intensa dor física e a resistir aos analgésicos até não mais suportar a dor. Tenho agradecido aqueles que pouco fazem por mim, mais pelo despreparo e falta de cultura de convívio com o diferente do que pela pouca fé. São essas pessoas que, afinal, têm contribuído para que eu continue conjugando os verbos favoritos por mim: planejar, fazer e servir.
Peço a Deus que abençôe a todos, em especial aqueles que estão ao meu lado na alegria e na tristeza.
Além dos amigos e primos que deixaram o seu recado na minha página em redes sociais, agradeço aos que telefonaram (primas Leda, Lea, Nívea, e Dora; tia Neyde; sobrinhas Pamela e Marianna; amigos Eli, Edna, Flávio, Mario Luiz, Malu e dona Cota) e me visitaram (Elzineth, Cecilinha, dona Luiza, Fabiana e as pequenas Isabela e Giovana).
Quem não veio perdeu o bolo Floresta Branca, as pipocas, os parabéns e o Pai Nosso que tivemos a graça de rezar juntinhas.
Lourenço, meu irmão, ficou entretido com o jogo do Timão e me alegrou com os gritos na hora do gol. Minha mãe (Fany) e Luiza trocaram abraços e emoções que somente as mães compartilham. Elas são amigas desde há muito; nossas famílias foram vizinhas durante décadas até que minha amiga Cecília resolveu deixar o centro de Osasco e mudar com a mãe para bairro próximo daqui.
Elzi é uma querida por quem tenho o profundo sentimento de amizade. Trabalhamos juntas na Prefeitura do Município de Osasco. Somos servidoras de carreira e aprendemos mutuamente na lida por gostar de exercitar nossas habilidades e dons.
Enquanto encerro este post, na primeira pessoa, ouço Andrea Bocelli. Antes de ir para a cama vou ouvir Smile, na interpretação mais linda que o mundo já ouviu, na voz de Michael Jackson. Saudades...  

23/06/2012

VIVA SÃO JOÃO!

São 53 anos comemorando aniversário no Dia de São João; cincoenta e dois deles na mesma rua onde moro. Hoje, centro de Osasco.
Quando aqui cheguei com meus pais e meu irmão, o nome era rua Particular. Osasco era um Distrito de São Paulo. Não existia como cidade. Rua barrenta, escura, sem água, esgoto, onde à noite o barulho da saparia era tudo o que se ouvia. 
Meus aniversários eram comemorados com fogueira, pipoca e bolo de fubá. Os vizinhos traziam cadeiras e se juntavam à nossa família para conversar, comer e se aquecer ao som das brincadeiras de criança.
Foi muito bom ter participado do progresso desta, hoje, pujante cidade, uma das maiores do Brasil.
Papai foi o primeiro pintor letrista de Osasco, tendo deixado a marca dos seus pincéis nas fachadas das primeiras casas de comércio e logradouros públicos. 
Tempos depois, com a emancipação, Dr. Hirant Sanazar, primeiro prefeito de Osasco, veio pessoalmente convidar Acioly (José Acioly Dias) para trabalhar na prefeitura. Ele sempre manteve o costume de passar em casa, de tempos em tempos, para tomar café com meus pais e encomendar algum serviço particular.
Neste 24 de junho a comemoração será diferente. Sem fogueira, pipoca nem vizinhos. Mas estarei aqui, com minha família e os amigos que não nos deixam, em especial quando o chão nos falta. Viva São João! 
Fany e Neyde Pecchio, sempre as primeiras a lembrar do meu aniversário.

Agradecida por tanto Amor, base que me sustenta no momento que me falta o chão.

21/06/2012

Cuidador está ao lado da Gi 24 horas


O poodle Toby teve o nome inspirado na personagem Toby.




 

Isso sim é presença 24 horas. Tobinho esperou pela sua dona 8 meses, enquanto esteve internada. Cada vez que tocava o telefone de casa ele encostava o ouvido para ouvir a voz da Gi, que todas as manhãs ligava para falar com a mãe, a incansável e amorosa Fany.
Gisele está em casa há um ano e meio.
Feliz, Toby fica embaixo da cama da Gi, no seu colo quando está na cadeira de rodas ou lambendo as suas pernas, na esperança que a dona volte a andar para brincar de jogar bolinha com ele.
Quando Gi fica triste, ele se entristece também. Quando fica alegre, somente falta sorrir. Quando os enfermeiros vêm buscar Gi de ambulância para levá-la ao hospital, Toby pula em cima da maca.
É muito comovente a lealdade de um cão.
Como escreveu Walcyr Carrasco: "os animais também amam, sofrem e têm sentimentos; eles também têm a marca de Deus".