16/07/2013

RESPEITO AO PACIENTE. O QUE É ISSO?

Sexta, 12/7/13. Fui fazer tomografia com contraste da minha coluna, pedido pela médica. Ela também solicitou exames de sangue e urina. Resolvi deixar a coleta do sangue para outra data para não prejudicar o exame de imagem, acaso não conseguissem me puncionar para dois exames invasivos ao mesmo tempo.

Tenho extrema dificuldade de acesso venoso porque minhas veias são finas e adquiri trauma de ser puncionada, nas milhares de vezes em que fui submetida a esse processo, durante ano e meio, decorrente de infecções no pós-operatório.

Ocorre que, no instante após me transferirem para a mesa do tomógrafo, colocaram-me na maca de novo e levaram-me para uma sala de ultrassom e disseram que tinham ordem para fazer a coleta do meu sangue. A ordem foi dada pela diretora do convênio hospitalar, que teria ido pessoalmente orientar seus subordinados. Depois uma técnica de enfermagem do pronto-socorro puncionou meu braço direito duas vezes e colocou um acesso com soro dentro. Disse que tinha ordem para coletar o meu sangue, mas não conseguiu. Deixou o acesso lá e saiu.

A enfermeira responsável pelo Serviço de Imagens, que é terceirizado, ficou desconfortável porque, além de não obter sucesso, a técnica de enfermagem aplicou soro no acesso que receberia o contraste, o que não é permitido, segundo ela me explicou, razão pela qual me foi pedido jejum de 6 horas. Além disso, a mesma deixou a grade da maca abaixada, do lado direito, e foi embora, deixando-me sozinha na sala, o que também é proibido. Eu poderia ter tido um espasmo e ter caído da maca.

Após quase vinte minutos, a chefe do serviço de imagens conduziu-me à sala da TC e, novamente, fui colocada na mesa do tomógrafo.

Quando iniciaram os trabalhos, mais uma vez o pessoal da tomografia foi interrompido para um técnico de enfermagem tirar sangue do meu braço. Ele me puncionou duas vezes, sem sucesso.

O trabalho dos técnicos da tomografia recomeçou e, mais uma vez, foi interrompido porque uma enfermeira do pronto-socorro entrou rápida e objetiva, sem explicações, para tentar me puncionar, desta vez, numa artéria.

Fui puncionada cinco vezes, de forma muito dolorosa, e perdi a paciência ao presenciar tamanho desrespeito para com o trabalho dos técnicos do tomógrafo e para comigo, paciente.

Fiquei com o rosto vermelho. Disse à enfermeira que puncionou minha artéria que quando isso ocorre é devido ao desconforto dos espasmos dolorosos e minha pressão se eleva. Ela saiu da sala sem nada dizer.

A técnica do serviço de tomografia jamais errou ao puncionar-me para colocar o contraste e, neste dia, foi tirado dela realizar o seu trabalho.

Fiquei triste e chorei muito pelo desconforto da situação e pelas lembranças de episódios semelhantes que, infelizmente, venho acumulando ao longo desta minha nova vida, iniciada há três anos e quatro meses.

Chorei pelo que já passei nas mãos de pessoas que não respeitam nem a agenda e a rotina dos serviços especializados de imagem, quem dirá uma paciente como eu, sem a menor condição de auto-ajuda, sobre uma maca.

Mas Ele estava lá, comigo, e mais uma vez redobrou minhas forças para vencer as misérias deste mundo.