11/05/2014

AMOR DE MÃE É PRINCÍPIO QUE EXTRAPOLA O SENTIMENTO


Mãe, vivo por você um grande e eterno amor. Assim chegou às mãos da dona Fany um cartão e arranjo da cor rosa do Lírio da Paz.
Perfumado...

Comprei por telefone e aproveitei para pedir que me enviassem um vaso de manjericão. Fiz macarrão caseiro e essa erva aromática nunca deve ficar fora da massa e do molho. Mesmo tortinha, com dores, sentada nessa cadeira de rodas desconfortável, jamais deixarei de preparar a massa preferida da minha adorada Fany.

Meu irmão Lourenço presenteou com dois pares de sapatos muito confortáveis a nossa Cinderela, das mãos e pés pequeninos, mas gigante na sua força e também numa certa teimosia. Ficou sem escutar até a metade da tarde porque pensou que havia quebrado a prótese auditiva. Eu apenas troquei a pilha e ela voltou a escutar e a sorrir.
Pedi ao meu irmão para limpar a tampa do fogão e o micro-ondas porque não estão mais acessíveis para mim e nossa mãe já sente fraqueza muscular e isso pode causar lesões irreversíveis nela. Nossa pequena mãe ficou brava comigo.
− Você mandou seu irmão limpar o fogão e o micro-ondas? – me perguntou.

− Pedi e ele me atendeu. Tenho certeza que ficou feliz em colaborar. Descobriu até o prato quebrado do micro-ondas. Por que não pediu ajuda? E se o prato caísse em seu pé? – respondi.
Nossa pequenina grande mãe concordou comigo e disse que agora vai pedir ajuda, sempre que precisar. Vamos ver...

Uma amiga maravilhosa, que já perdeu a sua mãe, trouxe para a minha um arranjo lindo e perfumado de flores vermelhas. É a Dina, colega de trabalho no Marketing do Bradesco (87-90).
A amada tia Neyde enviou um lindo cartão, de conteúdo comovente, falando sobre a força da amizade, que ultrapassa qualquer distância geográfica. Irmã mais nova da mamãe, ela ora por nós todos os dias e sei o quanto a força da fé tem nos permitido ficar juntinhas, lutando todos os dias para viver em paz. Isso é tudo de mais sagrado que podemos almejar. Viver em paz.

Um Domingo das Mães de paz e muito amor a todas as mães que recebem o dom de Maria para amar infinitamente seus filhos e cuidar deles até na velhice.
 

09/05/2014


Disparada e Jair Rodrigues são a música e o cantor da minha infância
Há 48 anos eu cursava o ensino fundamental no então 2º Grupo Escolar de Osasco, hoje Emef. Prof. José Liberatti (prefeito dos mais honrados, o qual governou Osasco de 1970-73. Sua administração fez o primeiro plano diretor e se destacou pela urbanização por meio de importantes ruas, avenidas e viadutos ligando o centro à periferia da cidade.

Com 7 anos de idade, eu e colegas de turma não tínhamos e não nos era dado possuir entendimento sobre a densidade e importância social de “Disparada”, música de Geraldo Vandré* e Théo de Barros, joia rara vencedora do Festival de MPB, em 1966, na inimitável e incomparável interpretação e voz de Jair Rodrigues* (1939-2014), que acaba de se unir à constelação de estrelas que brilham em outro plano e jamais terão substitutos à altura.

Aos nossos professores, na época, não era permitido explicar os movimentos estudantis e de trabalhadores que contribuíram à eterna luta pelo aperfeiçoamento da democracia e do livre pensar no Brasil.
Muitos tombaram no meio do caminho e ficaram esquecidos. Outros, como o compositor Geraldo Vandré, que para alguns é injustamente tido como “morto vivo” da ditadura, estão vivos e brilharão para sempre na constelação de estrelas que deram a sua contribuição, por meio da arte de compor obras primas como “Pra não dizer que não falei das flores” e “Disparada”, gritos de desabafo dos oprimidos pela ordem social daquela época e de todas as épocas.

Cantar “Disparada”, para homenagear um dos mais queridos educadores e diretores de ensino que Osasco já teve, Prof. Ênio Gruppi, em noite solene no palco do Clube Atlético Floresta (Osasco-SP),foi um dos maiores desafios que enfrentei na vida, tímida que sempre fui.
O vigor e a força da interpretação de Jair Rodrigues, em “Disparada”, requer preparo do coração. É lindamente forte e me fez chorar e molhar a pasta vermelha com a letra da música em minhas pequenas mãos trêmulas. “Disparada” era a música favorita do educador homenageado.

(*) Geraldo Pedrosa de Araújo Dias é o nome verdadeiro do artista Geraldo Vandré (12/9/35, João Pessoa-Paraíba). www.letras.com.br/#biografia/geraldo-vandre

Jair Rodrigues de Oliveira é o nome verdadeiro do artista Jair Rodrigues, nascido em Igarapava-SP (1939-2014). http://jairrodrigues.com.br
Foto: site oficial de Jair Rodrigues
 

05/05/2014

BAÚ DA GISELE
 
Hoje encontrei planta da primeira casa própria onde moramos em Osasco.
Na época, 1963, a avenida Marechal Rondon era “avenida Cobrasma”, a rua Lanciotto Viviane era ”Passagem Particular” e a rua Nathanael Tito Salmon era “rua
Manoel Maria”. A rua São Luiz sempre foi e será São Luiz, assim como a rua Antonio Agu. Na rua São Luiz morava o senhor Luiz, marido da dona Zélia que fazia chupetas doces para a criançada do bairro. Antonio Agu (1845-1909), imigrante italiano, foi o primeiro a empreender neste que era um distrito da capital e hoje é uma das mais importantes cidades brasileiras.
Contribuição à memória de Osasco no início da história do atual centro comercial. Lembro-me bem o sacrifício dos meus pais para cuidar das nossas vidas no meio do mato, barro e da escuridão desta época. Viemos para a então distante periferia de São Paulo no final de 1959, eu tinha 6 meses.