26/07/2012

Osasco precisa de acessibilidade não somente nas ruas do centro

Proprietários devem colaborar: faltam rampas de acesso e passeio acessível
















"Mesmo morando no centro há 52 anos não consigo tocar a minha cadeira de rodas nem nas calçadas da rua onde moro e faltam rampas de acesso nas esquinas e nas lojas. A lei é nacional e obrigatória para todos os locais públicos e privados, inclusive nas periferias das cidades. Tá difícil fazer a lição de casa no centro, vamos ver como será nos distantes pontos da cidade de Osasco".

Ivan Ferrari Machado fez a visita de avaliação mensal da paciente Gisele Pecchio Dias na última sexta, 27. Ele é fisioterapeuta do Programa de Assistência Domiciliar da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Osasco.
Ao contrário de quem "nem me avaliou mas disse que seria impossível a minha reabilitação e readaptação às atividades da vida diária (AVD's), Ivan é um profissional otimista, motivado e nem quer saber de ouvir palavras negativas. Trata seus pacientes como um treinador de atletas, sempre buscando o nosso melhor", disse Gisele.
Para ela, é essencial ter pessoas assim ao seu redor, mesmo que, infelizmente, seja uma visita mensal.
No mês passado "ele me disse para eu sair de casa e fotografar a saída para ele certificar-se de que eu fui mesmo (risos)".
Para a paciente do fisioterapeuta Ivan Ferrari "é muito bom saber que tenho colegas com essa qualidade profissional na PMO pois tudo o que mais desejo é voltar ao trabalho e não sofrer a dor da dupla exclusão: ter algumas ideias divergentes e, a exemplo de parte dos meus leitores, que são cegos, não ter atendidas as necessidades especiais de acesso ao trabalho, às ruas e às atividades do cotidiano".
Por falar nisso, Gisele e seu poodle Toby gostariam de ter ido rever o paisagismo ao redor da Biblioteca Municipal Monteiro Lobato mas não conseguiram ter acesso à calçada, na esquina da avenida Marechal Rondon com a rua Tenente Avelar Pires de Azevedo: falta rampa. "As calçadas da minha rua (Lanciotto Viviane), então, são impossíveis para eu andar tocando a cadeira. Precisei ir pelo meio da rua".
Quem sabe, mais tarde, com uma cadeira de rodas aro 24 Gisele consiga driblar os muitos obstáculos que enfeiam a cidade e inviabilizam o ir e vir em igualdade de oportunidades para todos.

Um comentário:

  1. Hoje, 2/10/2012, somente dois meses depois, Ivan reaparece em minha casa para consultar-me. Perguntou-me se eu estava passeando pelas ruas de Osasco. Argumentei que me aventurei a ir ao Mercado Municipal no domingo e que foi uma aventura muito perigosa para mim. Tive febre do sol e uma das minhas feridas sangrou muito. Ele disse que não faz mal. É para continuar saindo assim mesmo. E é para continuar tentando a transferência da cadeira para a cama. Argumentei que cai, assustei minha mãe, que tem 91 anos e não fosse uma vizinha eu não teria saido do chão pois nem me arrastar consigo. Pedi a ele que trabalhasse as minhas pernas pois estão ficando cada vez mais rígidas devido a falta de fisioterapia. Não quero ser atleta paralímpica. Somente quero, aos 53 anos, que minhas feridas na bunda fechem, que minhas pernas e pés não fiquem mais atrofiados e rígidos do que já estão e que parem de me comparar com outros pacientes. Cada um tem a sua dor, limitação e motivação para trabalhar, andar pela rua e cumprir com as suas obrigações.
    Pedi que fizesse fisioterapia, como a colega Patrícia, que ficava uma hora comigo alongando-me e treinando meu tronco vindo em casa a cada quinzena.
    Depois de muito blá,blá, blá nada foi feito de fisioterapia.
    Ele se despediu dizendo que seu método de trabalho é esse e passaria meu prontuário à Patrícia.


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Agradeço pela sua presença. Abraço meu, Gisele