Para ouvir ou ler com
os olhos e os dedos
Sem saber que estava dando passo pioneiro na acessibilidade ao livro, em 2003 lancei Um par de asas para Toby em tinta, braile, áudio (MP3) e na web, pela Rede Saci-USP.
A transcrição e impressão no sistema braile é do Instituto de Cegos Padre Chico, para o qual é revertido o valor total das vendas de livros em braile.
O projeto independente se transformou na Coleção Toby, livros paradidáticos, que já está no vol.III.
Quem é Toby?
É um cão amigo dos pássaros da esquadrilha da fumaça que habitam as matas da Serra dos Itatins, Juréia. Ele inspirou a primeira coleção de livros para crianças, em formato acessível.
Os livros
aAs edições em tinta ou Mp3 de Um par de asas para Toby e Toby e os Mistérios da Floresta saem a R$9,90 cada, com dedicatória, desenho para colorir, embalagem em papel para presente e postagem. Também disponíveis em braile.
NESTE NATAL,
PRESENTEIE COM LIVROS DA COLEÇÃO TOBY.
DÊ UMA FORÇA PARA ESSA IDÉIA.
Para encomendar livros, palestras gratuitas ou falar comigo:
gisele.jorn@uol.com.br
tel.: 11-8933 6030
29/11/2006
26/11/2006
LANÇAMENTO [Coletânea da Rádio CBN]
Conte sua história de São Paulo, Editora Globo. Coletânea de crônicas dos ouvintes do Programa CBN São Paulo, organizadas pelo radialista e âncora Milton Jung. O lançamento aconteceu em 28/11/06, na Livraria Cultura - avenida Paulista.
Foto-legenda: Gisele, aos 7 anos. Festa junina no então 2º Grupo Escolar de Osasco (SP). Convite do lançamento.
A bendita enfermeira Benedita
Por Gisele Pecchio Dias
A minha história começou na Maternidade de São Paulo, na mais fria noite de São João que os meus pais enfrentaram na Capital. Eles me contaram que naquela noite, no mesmo instante em que eu vim ao mundo, um balão com a tocha ainda acesa caiu no quintal da casa onde morávamos, na rua Albuquerque Lins, Barra Funda.
No mesmo instante em que o balãozinho de São João pousava manso sobre o piso gelado do quintal da nossa casa, nascia uma menina gorducha, cabeluda e muito chorona, que não cabia na caixinha do berçário, caixinha essa onde os bebês são colocados feito uns pãezinhos, um ao lado do outro, quando nascem.
Passados 17 anos, desde o meu nascimento, voltei à rua Frei Caneca para estudar no Colégio Etapa. Passava todas as manhãs pela calçada da Maternidade de São Paulo, onde testemunhei os passos largos e apressados de seu exército de médicos e enfermeiros, com suas roupas sempre alvas.
Num daqueles dias, sentou-se ao meu lado, no ônibus, a enfermeira Benedita. Ela achou bonito o meu sorriso e os meus cabelos e pôs-se a conversar comigo. Durante a conversa, uma revelação que jamais esquecerei: Benedita era uma das enfermeiras que assistiu ao meu parto. Ela lembrou-se do nome da mamãe, que se chama Fany Pecchio, e de uma particularidade: eu era gorducha, tinha cabelos negros e densos e não cabia na caixinha do berçário. Disse-me que sugeriu à minha mãe que eu me chamasse Joana, por ter nascido naquela noite especial, de São João. Mas meus pais resolveram que seria Gisele o meu nome.
Antes de saltar do ônibus, a enfermeira Benedita tirou uma aliança de prata de um dos dedos da mão esquerda e deu-me como lembrança. Jamais esqueci do olhar e das mãos daquela anciã que me trouxe ao mundo. Jamais deixarei de me emocionar quando caminhar pela rua Frei Caneca e me lembrar que a minha história com São Paulo começou ali, em 24 de junho de 1959, numa das salas de parto da Maternidade de São Paulo, onde nasceram ricos e pobres, de muitas gerações, em igualdade de condições que hoje já não mais há na Medicina. Nem a Maternidade de São Paulo existe mais. Ela estaria hoje com 112 anos se não tivesse falido após longa agonia, sem qualquer socorro por parte daqueles que trouxe ao mundo, entre eles grandes empresários e políticos. Seu prédio será sepultado para sempre e no terreno onde nasceram tantos deverá ser erguido mais um espigão de concreto. Conte sua história de São Paulo, Editora Globo, capítulo I, pág. 35
(*) Gisele Pecchio Dias é jornalista e escritora infantil, autora da Coleção Toby – Livros Acessíveis.
Foto-legenda: Gisele, aos 7 anos. Festa junina no então 2º Grupo Escolar de Osasco (SP). Convite do lançamento.
A bendita enfermeira Benedita
Por Gisele Pecchio Dias
A minha história começou na Maternidade de São Paulo, na mais fria noite de São João que os meus pais enfrentaram na Capital. Eles me contaram que naquela noite, no mesmo instante em que eu vim ao mundo, um balão com a tocha ainda acesa caiu no quintal da casa onde morávamos, na rua Albuquerque Lins, Barra Funda.
No mesmo instante em que o balãozinho de São João pousava manso sobre o piso gelado do quintal da nossa casa, nascia uma menina gorducha, cabeluda e muito chorona, que não cabia na caixinha do berçário, caixinha essa onde os bebês são colocados feito uns pãezinhos, um ao lado do outro, quando nascem.
Passados 17 anos, desde o meu nascimento, voltei à rua Frei Caneca para estudar no Colégio Etapa. Passava todas as manhãs pela calçada da Maternidade de São Paulo, onde testemunhei os passos largos e apressados de seu exército de médicos e enfermeiros, com suas roupas sempre alvas.
Num daqueles dias, sentou-se ao meu lado, no ônibus, a enfermeira Benedita. Ela achou bonito o meu sorriso e os meus cabelos e pôs-se a conversar comigo. Durante a conversa, uma revelação que jamais esquecerei: Benedita era uma das enfermeiras que assistiu ao meu parto. Ela lembrou-se do nome da mamãe, que se chama Fany Pecchio, e de uma particularidade: eu era gorducha, tinha cabelos negros e densos e não cabia na caixinha do berçário. Disse-me que sugeriu à minha mãe que eu me chamasse Joana, por ter nascido naquela noite especial, de São João. Mas meus pais resolveram que seria Gisele o meu nome.
Antes de saltar do ônibus, a enfermeira Benedita tirou uma aliança de prata de um dos dedos da mão esquerda e deu-me como lembrança. Jamais esqueci do olhar e das mãos daquela anciã que me trouxe ao mundo. Jamais deixarei de me emocionar quando caminhar pela rua Frei Caneca e me lembrar que a minha história com São Paulo começou ali, em 24 de junho de 1959, numa das salas de parto da Maternidade de São Paulo, onde nasceram ricos e pobres, de muitas gerações, em igualdade de condições que hoje já não mais há na Medicina. Nem a Maternidade de São Paulo existe mais. Ela estaria hoje com 112 anos se não tivesse falido após longa agonia, sem qualquer socorro por parte daqueles que trouxe ao mundo, entre eles grandes empresários e políticos. Seu prédio será sepultado para sempre e no terreno onde nasceram tantos deverá ser erguido mais um espigão de concreto. Conte sua história de São Paulo, Editora Globo, capítulo I, pág. 35
(*) Gisele Pecchio Dias é jornalista e escritora infantil, autora da Coleção Toby – Livros Acessíveis.
25/11/2006
Ficção e Realidade
Toby versus Tobby
Sobre o time de futebol para o qual Tobby torce, Cibele [dona do cão] garante que é para o São Paulo.
Tobby é tetracolor!
A personagem Toby, no entanto, é um corredor da Baixada Santista e como tal só poderia ser um ardoroso fã do Santos Futebol Clube, como a maioria dos cidadãos nascidos e criados em Peruíbe e demais cidades deste bonito trecho do litoral paulista.
Toby é o goleiro do time dos meninos que jogam pelada na praia do Arpoador.
Adora estar entre as crianças, de todos os times e credos.
Defende a valorização da cultura local e regional como o princípio da identidade pessoal.
Para ele, entender e valorizar os elementos da natureza do local onde se vive antecede toda e qualquer valorização de elementos culturais externos.
Toby crê numa boa dose de auto-estima para enxergar os próprios valores e as riquezas do lugar onde se vive para depois entender e amar, verdadeiramente, a diversidade contida no imenso território brasileiro.
Autora em Peruíbe [primeiro contato]
Tobby é manchete de O Mirante, em 12/11/06,
em entrevista com a autora da Coleção Toby,
na casa de Cibele e Orlando, os donos do cão
que inspirou a personagem-símbolo da obra
de Gisele.
Primeiro contato com educadores de Peruíbe
Fiz a minha parte com dignidade, mas os resultados da jornada não dependerão só de mim.
Não moro em Peruíbe, mas enxerguei nos elementos simples da bela natureza do portal da Juréia a inspiração para o meu trabalho.
Para enxergar a glória e a beleza do local onde se vive, é preciso uma dose de auto-estima e orgulho próprio.
Espero ter dado a minha contribuição para o povo de Peruíbe fortalecer ainda mais a sua própria identidade pessoal e cultural.
O reconhecimento e a valorização próprios devem anteceder a valorização dos elementos externos.
Somente o compromisso com o belo contido na perfeição da obra de Deus para minimizar as pequenezas deste mundo, às quais nos apegamos tanto a ponto de nos entristecermos e nos aborrecermos de vez em quando...
Como é bom crer que há uma luz que além de nos guiar nos traz o conforto para a alma.
Como é bom amar a Deus e a sua obra tão magnífica.
Como é bom enxergar em Toby, um simples "cão caiçara", como bem definiu o amigo e escritor Marco Asa, diretor do jornal O Mirante [Peruíbe e Baixada Santista] um irmãozinho de jornada capaz de nos encorajar a construir um trabalho em condições tão injustas e nada igualitárias.
em entrevista com a autora da Coleção Toby,
na casa de Cibele e Orlando, os donos do cão
que inspirou a personagem-símbolo da obra
de Gisele.
Primeiro contato com educadores de Peruíbe
Fiz a minha parte com dignidade, mas os resultados da jornada não dependerão só de mim.
Não moro em Peruíbe, mas enxerguei nos elementos simples da bela natureza do portal da Juréia a inspiração para o meu trabalho.
Para enxergar a glória e a beleza do local onde se vive, é preciso uma dose de auto-estima e orgulho próprio.
Espero ter dado a minha contribuição para o povo de Peruíbe fortalecer ainda mais a sua própria identidade pessoal e cultural.
O reconhecimento e a valorização próprios devem anteceder a valorização dos elementos externos.
Somente o compromisso com o belo contido na perfeição da obra de Deus para minimizar as pequenezas deste mundo, às quais nos apegamos tanto a ponto de nos entristecermos e nos aborrecermos de vez em quando...
Como é bom crer que há uma luz que além de nos guiar nos traz o conforto para a alma.
Como é bom amar a Deus e a sua obra tão magnífica.
Como é bom enxergar em Toby, um simples "cão caiçara", como bem definiu o amigo e escritor Marco Asa, diretor do jornal O Mirante [Peruíbe e Baixada Santista] um irmãozinho de jornada capaz de nos encorajar a construir um trabalho em condições tão injustas e nada igualitárias.
24/11/2006
WEB NOTÍCIAS
Nos links abaixo, você lê algumas notícias sobre o trabalho autoral da Gisele Pecchio, que escreveu a primeira coleção de livros para crianças em formato acessível (tinta, braile, MP3 e na web, pela Rede Saci-USP). Os livros são editados pela própria autora, que é jornalista. As ilustrações são do desenhista José Carlos Mecchi. As transcrições e impressões em braile são do Instituto de Cegos Padre Chico, para o qual a autora doa integralmente o valor das vendas de livros em braile.
http://www.revistanocao.com.br/edicao12/enciclopedia.htm
http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=mulheres&id_mater=2632
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=381AZL004
http://www.revistanocao.com.br/edicao12/enciclopedia.htm
http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=mulheres&id_mater=2632
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=381AZL004
21/11/2006
Artigo [Leitura]
Leitura: o caminho para a inclusão
No dizer do educador Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura dessa implica, sempre,na continuidade da primeira”.
Esse poderoso estimulante, que é a leitura, se reveste de significado ainda maior para as crianças cegas ou com baixa visão.
Para elas, esse fio condutor ao mundo imaginário, tão necessário ao desenvolvimento saudável, pode ser ainda mais valorizado adicionando um toque de amor aos tradicionais livros em braile.
Eles deverão conter aromas, relevos e ilustrações em papéis de diferentes texturas.
E tudo isso poderá ser feito numa divertida oficina de artes, pelas mãos de pais, alunos e professores.
Falo das crianças cegas e com visão subnormal porque deficiente é a sociedade incapaz de possibilitar os meios necessários para que todos os cidadãos tenham acesso à informação.
Deficiente é a indústria do livro que ignora e os governos que se omitem, pela absoluta incapacidade de enxergar as necessidades de parcela importante da população.
Sem falar da ausência de motivação para ousar romper com o tradicional e buscar novas formas de ler o mundo pela leitura da palavra. É mais cômodo dizer que “a criança não gosta de ler” para justificar a pouca motivação para o trabalho inovador. Motivar para a leitura exige esforço e criatividade.
Certa vez, visitei uma escola pública tida como “modelo” numa cidade da Grande São Paulo.
Para o meu espanto, a coordenadora pedagógica da escola disse-me que tinha mil livros do PNLD guardados num armário e que em breve chegariam mais 400. Daí perguntei-lhe porque aqueles livros estavam ali e não nas mãos dos professores e dos alunos. Foi quando ela respondeu-me que “as crianças não gostam de ler”.
Enquanto sobram livros nas mãos de uma minoria preguiçosa, um número muito maior de professores, com disposição para servir – porque a vocação para servir precede a arte de educar – aguarda pelos livros que demoram para chegar.
No caso dos livros em braile, é uma espera infinita e quando chegam não surpreendem porque são feios e pesados, sem qualquer atrativo.
O Brasil tem 159.823 cegos e 2.398.471 pessoas com grande dificuldade permanente de enxergar num universo de 16.573.937 pessoas com algum tipo de dificuldade para enxergar, segundo dados do último censo do IBGE. Fontes da área médica apontam um universo muito maior. Fala-se em mais de 1 milhão de cegos e cerca de 5 milhões de pessoas com visão subnormal, no Brasil.
Os cegos são privados até de ler porque não há livros em formato acessível para serem adquiridos por eles nas livrarias e na maioria das bibliotecas. Faltam livros digitalizados e não são transcritos e impressos livros em braile em quantidade suficiente para atendê-los.
As leis são antiquadas e dificultam ainda mais a inclusão e a cidadania porque não possibilitam os mesmos direitos aos não videntes. Mesmo que desejem, cegos não podem comprar os livros da sua preferência porque a venda é proibida no formato braile (por isso são raros) e no formato digital as editoras alegam problemas com a suposta pirataria. Como se os livros em tinta não pudessem ser pirateados...
O cego também é privado de trabalhar e viver da produção cultural porque os livros em braile são rejeitados pela indústria do livro. Não geram lucro. É o lucro que possibilita investimentos e geração de empregos.
Quem mais sofre são as crianças em processo de alfabetização. São raros os livros infantis em braile. E o braile é o sistema pelo qual elas são alfabetizadas.
O cego adulto que consegue estudar e trabalhar num sistema tão desigual e injusto é um grande vitorioso. Poderá contar com a informática para ler e se informar.
Mas os primeiros passos sempre serão dados pelo sistema braile. Por maiores que sejam os avanços tecnológicos, a leitura da palavra no papel, pelos olhos ou pelo toque dos dedos, jamais perderá o seu lugar. gisele.jorn@uol.com.br
(*) Gisele Pecchio Dias é jornalista, autora dos livros Um par de asas para Toby, Toby e os mistérios da Floresta e Raycha – uma aventura na Amazônia (em produção), que fazem parte da Coleção Toby, disponível em tinta, braile e CD-Mp3.
Pedidos de livros, palestras e contatos com a autora pelo e-mail: gisele.jorn@uol.com.br
Um par de asas para Toby
conta a história real de um cão e seus amigos pássaros numa praia da Juréia. Incentiva a posse responsável dos bichos de estimação e a adoção de animais. O protagonista é um cão vira-lata que sabe fazer amigos e é livre como os pássaros da esquadrilha da fumaça, com quem brinca todos os dias. 32 págs coloridas, com ficha de leitura. À venda na Livraria Cultura www.livrariacultura.com.br
Toby e os mistérios da Floresta
apresenta o menino índio Ypê, outro companheiro de aventura do cão, que lhe possibilita realizar o sonho de voar mais rápido que os pássaros e conhecer um pouco mais a rica biodiversidade da Mata Atlântica Brasileira, um dos maiores patrimônios da humanidade, ameaçado de extinção. 28 págs coloridas, com ficha de leitura. À venda na Livraria Cultura.
AMAMOS LIVROS ACESSÍVEIS
A comunidade da Coleção Toby em orkut
No dizer do educador Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura dessa implica, sempre,na continuidade da primeira”.
Esse poderoso estimulante, que é a leitura, se reveste de significado ainda maior para as crianças cegas ou com baixa visão.
Para elas, esse fio condutor ao mundo imaginário, tão necessário ao desenvolvimento saudável, pode ser ainda mais valorizado adicionando um toque de amor aos tradicionais livros em braile.
Eles deverão conter aromas, relevos e ilustrações em papéis de diferentes texturas.
E tudo isso poderá ser feito numa divertida oficina de artes, pelas mãos de pais, alunos e professores.
Falo das crianças cegas e com visão subnormal porque deficiente é a sociedade incapaz de possibilitar os meios necessários para que todos os cidadãos tenham acesso à informação.
Deficiente é a indústria do livro que ignora e os governos que se omitem, pela absoluta incapacidade de enxergar as necessidades de parcela importante da população.
Sem falar da ausência de motivação para ousar romper com o tradicional e buscar novas formas de ler o mundo pela leitura da palavra. É mais cômodo dizer que “a criança não gosta de ler” para justificar a pouca motivação para o trabalho inovador. Motivar para a leitura exige esforço e criatividade.
Certa vez, visitei uma escola pública tida como “modelo” numa cidade da Grande São Paulo.
Para o meu espanto, a coordenadora pedagógica da escola disse-me que tinha mil livros do PNLD guardados num armário e que em breve chegariam mais 400. Daí perguntei-lhe porque aqueles livros estavam ali e não nas mãos dos professores e dos alunos. Foi quando ela respondeu-me que “as crianças não gostam de ler”.
Enquanto sobram livros nas mãos de uma minoria preguiçosa, um número muito maior de professores, com disposição para servir – porque a vocação para servir precede a arte de educar – aguarda pelos livros que demoram para chegar.
No caso dos livros em braile, é uma espera infinita e quando chegam não surpreendem porque são feios e pesados, sem qualquer atrativo.
O Brasil tem 159.823 cegos e 2.398.471 pessoas com grande dificuldade permanente de enxergar num universo de 16.573.937 pessoas com algum tipo de dificuldade para enxergar, segundo dados do último censo do IBGE. Fontes da área médica apontam um universo muito maior. Fala-se em mais de 1 milhão de cegos e cerca de 5 milhões de pessoas com visão subnormal, no Brasil.
Os cegos são privados até de ler porque não há livros em formato acessível para serem adquiridos por eles nas livrarias e na maioria das bibliotecas. Faltam livros digitalizados e não são transcritos e impressos livros em braile em quantidade suficiente para atendê-los.
As leis são antiquadas e dificultam ainda mais a inclusão e a cidadania porque não possibilitam os mesmos direitos aos não videntes. Mesmo que desejem, cegos não podem comprar os livros da sua preferência porque a venda é proibida no formato braile (por isso são raros) e no formato digital as editoras alegam problemas com a suposta pirataria. Como se os livros em tinta não pudessem ser pirateados...
O cego também é privado de trabalhar e viver da produção cultural porque os livros em braile são rejeitados pela indústria do livro. Não geram lucro. É o lucro que possibilita investimentos e geração de empregos.
Quem mais sofre são as crianças em processo de alfabetização. São raros os livros infantis em braile. E o braile é o sistema pelo qual elas são alfabetizadas.
O cego adulto que consegue estudar e trabalhar num sistema tão desigual e injusto é um grande vitorioso. Poderá contar com a informática para ler e se informar.
Mas os primeiros passos sempre serão dados pelo sistema braile. Por maiores que sejam os avanços tecnológicos, a leitura da palavra no papel, pelos olhos ou pelo toque dos dedos, jamais perderá o seu lugar. gisele.jorn@uol.com.br
(*) Gisele Pecchio Dias é jornalista, autora dos livros Um par de asas para Toby, Toby e os mistérios da Floresta e Raycha – uma aventura na Amazônia (em produção), que fazem parte da Coleção Toby, disponível em tinta, braile e CD-Mp3.
Pedidos de livros, palestras e contatos com a autora pelo e-mail: gisele.jorn@uol.com.br
Um par de asas para Toby
conta a história real de um cão e seus amigos pássaros numa praia da Juréia. Incentiva a posse responsável dos bichos de estimação e a adoção de animais. O protagonista é um cão vira-lata que sabe fazer amigos e é livre como os pássaros da esquadrilha da fumaça, com quem brinca todos os dias. 32 págs coloridas, com ficha de leitura. À venda na Livraria Cultura www.livrariacultura.com.br
Toby e os mistérios da Floresta
apresenta o menino índio Ypê, outro companheiro de aventura do cão, que lhe possibilita realizar o sonho de voar mais rápido que os pássaros e conhecer um pouco mais a rica biodiversidade da Mata Atlântica Brasileira, um dos maiores patrimônios da humanidade, ameaçado de extinção. 28 págs coloridas, com ficha de leitura. À venda na Livraria Cultura.
Em preparação, para lançamento em formato acessível...
RaYcha – uma aventura na Amazônia
RaYcha – uma aventura na Amazônia
O encontro do Xeique na última grande floresta tropical do planeta com o protagonista da série e seus amigos, entre eles a menina Laura e a sua cachorra-guia RaYcha, durante o Círio de Nazaré, em Belém (PA). Uma homenagem aos povos da Amazônia e aos cultores da Ciência da Terra. Capa provisória. Em preparação.
AMAMOS LIVROS ACESSÍVEIS
A comunidade da Coleção Toby em orkut
Dê uma força para essa idéia.
19/11/2006
TETRA
Quando pergunto às crianças qual seria o time do Toby, elas respondem ao mesmo tempo: "São Paulo, Santos, Corinthians!"
Considerando a cor da pelagem e não esquecendo o detalhe da língua, poderia tratar-se de um sãopaulino.
O Toby também é tetra?
Prometo que tirarei essa dúvida na quarta, dia 22, quando realizarei uma palestra lá em Peruíbe. Será a primeira apresentação pública do projeto Coleção Toby - Livros Acessíveis aos professores da rede municipal da cidade do Toby.
Darei um jeito de tirar a dúvida com o próprio Toby.
Boa semana para todas as torcidas.
Parabéns aos amigos tetracampeões.
15/11/2006
Entrevista [Caminhos Alternativos]
Caminhos Alternativos
Dia: 18/11/06 (sáb.)
Hora: 15h
Local: Rádio Trianon AM 740 (SP)
Universal AM 810 (Baixada Santista)
Neste sábado, às 15h, entrevista com a Gisele Pecchio, da Coleção Toby, no programa Caminhos Alternativos (Rádio Trianon AM 740). Ela é autora de coleção pioneira de livros para crianças em formato acessível (tinta, braile, Mp3 e na web-Rede Saci). Os dois primeiros livros da coleção fazem parte do acervo da Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo [Um par de asas para Toby e Toby e os Mistérios da Floresta]. Raycha - uma aventura na Amazônia está em preparação para lançamento paralelo com exposição de pintura com paisagens amazônicas que ilustram a obra. Gisele deseja que a mostra seja aberta para receber trabalhos em desenho e pintura sobre o tema, feito por alunos videntes e não videntes do ensino fundamental.
Caminhos Alternativos é um programa de entrevistas do radialista e professor de jornalismo Luiz Deganello, doutorado pela ECA/USP, membro da Fundação Padre Anchieta, ex-diretor da Fundação Instituto Tecnológico de Osasco (Fito).
Na entrevista, ao vivo, Gisele falará sobre os caminhos percorridos por ela, com a Coleção Toby, e sobre as surpresas e revelações ao longo dessa jornada, iniciada em 2003.
Também explicará como a literatura e a pintura se encontraram em 2006 e que inspirações e influências exerceram no trabalho que apresentará ao público, em 2007.
Mario Luiz Brancia, ex-aluno do IPC, funcionário da Prefeitura de São Paulo, participa no estúdio, como convidado do programa. Ele acompanha a trajetória da autora, desde o primeiro lançamento em braile.
A fisioterapeuta Beatriz Goldman, mestre em fisioterapia, bailarina e coreógrafa também será entrevistada por Luiz Deganello, neste sábado. Falará sobre ervas que fazem bem à saúde das pessoas. O programa fará uma interligação entre o trabalho autoral da Gisele, inspirado em elementos da natureza e os benefícios que a mesma nos traz.
Haverá sorteio de livro da Coleção Toby em tinta, braile e CD, durante o programa.
Caminhos Alternativos
Direção e Apresentação de Luiz Deganello.
Sábado, 18/11, às 15 horas
Rádio Trianon AM 740 (Capital)
Universal AM 810 (Baixada Santista)
Dia: 18/11/06 (sáb.)
Hora: 15h
Local: Rádio Trianon AM 740 (SP)
Universal AM 810 (Baixada Santista)
Neste sábado, às 15h, entrevista com a Gisele Pecchio, da Coleção Toby, no programa Caminhos Alternativos (Rádio Trianon AM 740). Ela é autora de coleção pioneira de livros para crianças em formato acessível (tinta, braile, Mp3 e na web-Rede Saci). Os dois primeiros livros da coleção fazem parte do acervo da Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo [Um par de asas para Toby e Toby e os Mistérios da Floresta]. Raycha - uma aventura na Amazônia está em preparação para lançamento paralelo com exposição de pintura com paisagens amazônicas que ilustram a obra. Gisele deseja que a mostra seja aberta para receber trabalhos em desenho e pintura sobre o tema, feito por alunos videntes e não videntes do ensino fundamental.
Caminhos Alternativos é um programa de entrevistas do radialista e professor de jornalismo Luiz Deganello, doutorado pela ECA/USP, membro da Fundação Padre Anchieta, ex-diretor da Fundação Instituto Tecnológico de Osasco (Fito).
Na entrevista, ao vivo, Gisele falará sobre os caminhos percorridos por ela, com a Coleção Toby, e sobre as surpresas e revelações ao longo dessa jornada, iniciada em 2003.
Também explicará como a literatura e a pintura se encontraram em 2006 e que inspirações e influências exerceram no trabalho que apresentará ao público, em 2007.
Mario Luiz Brancia, ex-aluno do IPC, funcionário da Prefeitura de São Paulo, participa no estúdio, como convidado do programa. Ele acompanha a trajetória da autora, desde o primeiro lançamento em braile.
A fisioterapeuta Beatriz Goldman, mestre em fisioterapia, bailarina e coreógrafa também será entrevistada por Luiz Deganello, neste sábado. Falará sobre ervas que fazem bem à saúde das pessoas. O programa fará uma interligação entre o trabalho autoral da Gisele, inspirado em elementos da natureza e os benefícios que a mesma nos traz.
Haverá sorteio de livro da Coleção Toby em tinta, braile e CD, durante o programa.
Caminhos Alternativos
Direção e Apresentação de Luiz Deganello.
Sábado, 18/11, às 15 horas
Rádio Trianon AM 740 (Capital)
Universal AM 810 (Baixada Santista)
COLEÇÃO TOBY
Para ler e ouvir
Sem saber que estava dando passo pioneiro na acessibilidade ao livro, em 2003 lancei Um par de asas para Toby em tinta, braile, áudio (MP3) e na web, pela Rede Saci-USP.
O projeto independente se transformou na Coleção Toby, livros paradidáticos, que já está no vol.III.
Quem é Toby?
É um cão amigo dos pássaros da esquadrilha da fumaça que habitam as matas da Serra dos Itatins, Juréia. Ele inspirou a primeira coleção de livros para crianças, em formato acessível. Leia mais em http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3989294
Na ilustração, de MECCHI, o protagonista da Coleção e um dos amigos voadores.
Se já leu ou ouviu algum dos meus livros ou conhece a minha missão, comente aqui.
A palavra do leitor é o crédito do autor, especialmente do autor cujos livros não estão nas livrarias, nem nos programas de incentivo do Estado.
Para pedir livros, palestras, visitas ou falar comigo: gisele.jorn@uol.com.br
14/11/2006
Palestra [Peruíbe]
Literatura para Crianças e Inclusão é o tema da palestra da jornalista Gisele Pecchio Dias, autora da Coleção Toby, pioneira no formato acessível (tinta, braile, MP3 e web), quarta, 22, às 19 horas, no Centro Cultural de Peruíbe (SP).
Essa é a primeira apresentação do projeto literário pioneiro em acessibilidade à leitura aos professores da rede municipal e técnicos do Departamento de Educação de Peruíbe.
A palestra integra a programação de encerramento das atividades do Departamento de Educação para o ano de 2006.
Quem é Toby?
Toby é um cão amigo dos pássaros da esquadrilha da fumaça que habitam as matas da Serra dos Itatins. O protagonista das histórias da coleção é inspirado no cão Tobby, que mora no balneário de Peruíbe.
Palestra: Literatura para Crianças e Inclusão
Local: Centro de Convenções de Peruíbe
Data: 22/11
Horário: 19 horas
Essa é a primeira apresentação do projeto literário pioneiro em acessibilidade à leitura aos professores da rede municipal e técnicos do Departamento de Educação de Peruíbe.
A palestra integra a programação de encerramento das atividades do Departamento de Educação para o ano de 2006.
Quem é Toby?
Toby é um cão amigo dos pássaros da esquadrilha da fumaça que habitam as matas da Serra dos Itatins. O protagonista das histórias da coleção é inspirado no cão Tobby, que mora no balneário de Peruíbe.
Palestra: Literatura para Crianças e Inclusão
Local: Centro de Convenções de Peruíbe
Data: 22/11
Horário: 19 horas
10/11/2006
ENSAIO
09/11/2006
Amigos para sempre
Peruíbe [parte I]
Bento, José (papai), José Lourenço (irmão) e eu, da esquerda à direita.
Acabo de chegar de Peruíbe,
para onde sempre volto
Tem sido assim desde os meus 6 anos de idade, quando vi o mar pela primeira vez na cidade cujo padroeiro aniversaria comigo, no Dia de São João.
Aos pés da escultura do santo padroeiro fiz a minha primeira pose para foto. Chorando, com medo de cair lá do alto.
Minha família ficava hospedada no lar de Cândida e Bento.
O casal anfitrião morava perto da estação ferroviária, numa casa de madeira muito limpa, rodeada de flores.
Éramos recebidos com simplicidade e bondade e nem parentes éramos do ferroviário Bento e da benzedeira Cândida.
Eu e meu irmão dormíamos à luz de vela e tomávamos banho de canequinha porque na casa não havia água encanada, nem luz elétrica e muito menos chuveiro.
Mas no lar de Cândida e Bento havia comida cheirosa, roupa limpinha e acolhimento.
Dormíamos sonhando com castelos de areia enfeitados que o mar encomendaria para uma onda vir buscar.
E nossas mãozinhas empreendedoras entregavam às ondas do mar quantos castelos fossem encomendados por ele.
Cinco, seis, oito por dia.
O dono-mar adorava encomendar os castelos que fazíamos cada vez mais altos e enfeitados. Hoje, a casa de Cândida e Bento não existe mais.
Eles também não estão mais entre nós. Nem papai.
Mas o mar, as praias e as conchinhas continuam lá.
E não faltam crianças empreendedoras erguendo todos os dias paredes de castelos que uma onda mansa e branca transformará em lembrança o que já foi real.
Acabo de chegar de Peruíbe,
para onde sempre volto
Tem sido assim desde os meus 6 anos de idade, quando vi o mar pela primeira vez na cidade cujo padroeiro aniversaria comigo, no Dia de São João.
Aos pés da escultura do santo padroeiro fiz a minha primeira pose para foto. Chorando, com medo de cair lá do alto.
Minha família ficava hospedada no lar de Cândida e Bento.
O casal anfitrião morava perto da estação ferroviária, numa casa de madeira muito limpa, rodeada de flores.
Éramos recebidos com simplicidade e bondade e nem parentes éramos do ferroviário Bento e da benzedeira Cândida.
Eu e meu irmão dormíamos à luz de vela e tomávamos banho de canequinha porque na casa não havia água encanada, nem luz elétrica e muito menos chuveiro.
Mas no lar de Cândida e Bento havia comida cheirosa, roupa limpinha e acolhimento.
Dormíamos sonhando com castelos de areia enfeitados que o mar encomendaria para uma onda vir buscar.
E nossas mãozinhas empreendedoras entregavam às ondas do mar quantos castelos fossem encomendados por ele.
Cinco, seis, oito por dia.
O dono-mar adorava encomendar os castelos que fazíamos cada vez mais altos e enfeitados. Hoje, a casa de Cândida e Bento não existe mais.
Eles também não estão mais entre nós. Nem papai.
Mas o mar, as praias e as conchinhas continuam lá.
E não faltam crianças empreendedoras erguendo todos os dias paredes de castelos que uma onda mansa e branca transformará em lembrança o que já foi real.
Peruíbe [parte II]
Pose do corredor Toby para o álbum da Cibele Paoliello.
Sabe quem eu vi por lá?
O Toby verdadeiro.
Quase seis anos depois de eu tê-lo visto pela primeira vez na praia, brincando de correr atrás dos amigos pássaros da esquadrilha da fumaça.
Conheci os verdadeiros donos do Tobinho [como carinhosamente as crianças chamam o protagonista das minhas histórias].
Cibele e Orlando são os donos do Toby verdadeiro.
Verdadeiro?
Sim. Toby existe.
É um genuíno cão caiçara.
Como todo bom anfitrião, foi a primeira figurinha avistada por mim quando cheguei na praia do Arpoador.
Ele estava na calçada, em posição de alerta, com os olhos na direção da linha do horizonte que divide o azul do céu, do azul do mar.
Cibele e Orlando nem sabiam que o seu cão não só me inspirou a escrever histórias para crianças mas inspirou projeto pioneiro em acessibilidade à leitura.
A Coleção Toby é a primeira transcrita e impressa em braile. É a primeira a ser baixada na web, para leitura livre, por meio do site Rede Saci-USP. Também é a primeira coleção alternativa de livros gravada em MP3 para ser ouvida em CD.
Os donos do Toby ficaram emocionados com a notícia.
Sempre souberam que o seu filho tem muito valor.
Toby fora adotado por eles na mesma época em que eu o conheci na praia.
Cibele e Orlando são muito diferentes dos donos do Toby na ficção.
Ao contrário de Constança e Lalo, cuidam dos seus cães com muita dedicação.
Cães?
Pois é...
Agora Toby divide o amor dos donos com um jovem cão de nome Skip.
Quem é Skip?
É o filho do Toby. Um corredor, como o pai.
Entre os segredinhos do Toby contados pela Cibele está esse filho que mal sabia andar quando pequenino apareceu com o pai para uma visitinha surpresa ao vovô e à vovó.
Também fiquei sabendo que Toby aniversaria no Dia das Crianças.
Foi quando Cibele resgatou Toby das ruas e o adotou.
A edição de 12/11/06 do jornal O Mirante (circula em Peruíbe e na Baixada Santista) publica matéria sobre o meu encontro com Toby e seus donos, seis anos depois de eu tê-lo visto na praia, pela primeira vez.
O jornalista e escritor Marco Asa registrou esse encontro na aconchegante e bonita casa onde Toby vive com o filho e os donos. Muito diferente da casinha simples onde vive o Toby da ficção.
.*.AMAMOS LIVROS ACESSÍVEIS.*. é a comunidade do Toby em orkut.
Sabe quem eu vi por lá?
O Toby verdadeiro.
Quase seis anos depois de eu tê-lo visto pela primeira vez na praia, brincando de correr atrás dos amigos pássaros da esquadrilha da fumaça.
Conheci os verdadeiros donos do Tobinho [como carinhosamente as crianças chamam o protagonista das minhas histórias].
Cibele e Orlando são os donos do Toby verdadeiro.
Verdadeiro?
Sim. Toby existe.
É um genuíno cão caiçara.
Como todo bom anfitrião, foi a primeira figurinha avistada por mim quando cheguei na praia do Arpoador.
Ele estava na calçada, em posição de alerta, com os olhos na direção da linha do horizonte que divide o azul do céu, do azul do mar.
Cibele e Orlando nem sabiam que o seu cão não só me inspirou a escrever histórias para crianças mas inspirou projeto pioneiro em acessibilidade à leitura.
A Coleção Toby é a primeira transcrita e impressa em braile. É a primeira a ser baixada na web, para leitura livre, por meio do site Rede Saci-USP. Também é a primeira coleção alternativa de livros gravada em MP3 para ser ouvida em CD.
Os donos do Toby ficaram emocionados com a notícia.
Sempre souberam que o seu filho tem muito valor.
Toby fora adotado por eles na mesma época em que eu o conheci na praia.
Cibele e Orlando são muito diferentes dos donos do Toby na ficção.
Ao contrário de Constança e Lalo, cuidam dos seus cães com muita dedicação.
Cães?
Pois é...
Agora Toby divide o amor dos donos com um jovem cão de nome Skip.
Quem é Skip?
É o filho do Toby. Um corredor, como o pai.
Entre os segredinhos do Toby contados pela Cibele está esse filho que mal sabia andar quando pequenino apareceu com o pai para uma visitinha surpresa ao vovô e à vovó.
Também fiquei sabendo que Toby aniversaria no Dia das Crianças.
Foi quando Cibele resgatou Toby das ruas e o adotou.
A edição de 12/11/06 do jornal O Mirante (circula em Peruíbe e na Baixada Santista) publica matéria sobre o meu encontro com Toby e seus donos, seis anos depois de eu tê-lo visto na praia, pela primeira vez.
O jornalista e escritor Marco Asa registrou esse encontro na aconchegante e bonita casa onde Toby vive com o filho e os donos. Muito diferente da casinha simples onde vive o Toby da ficção.
.*.AMAMOS LIVROS ACESSÍVEIS.*. é a comunidade do Toby em orkut.
02/11/2006
Escola
Professora adota livro
nas aulas do reforço
No segundo semestre do ano letivo de 2003, a professora Magali Piazza Giaquinto obteve êxito na evolução dos alunos, nas aulas de Português do reforço escolar. Eram alunos de 9 a 11 anos que tinham importante dificuldade para formular frases empregando corretamente o vocabulário, o sujeito e o verbo.
O êxito da professora ela atribui em parte ao interesse que a história de Um par de asas para Toby despertou nos alunos. O protagonista é um cão verdadeiro, amigo dos pássaros que habitam a Serra dos Itatins, na região do balneário de Peruíbe, litoral sul de São Paulo.
"As crianças gostam de cachorros e aventuras, por isso a trama fez sucesso entre os meus alunos", disse Magali que teve autorização da autora para utilizar o texto e as imagens da primeira história da Coleção Toby, antes mesmo de ter sido lançado o livro.
Em 11/10/2003, véspera do Dia da Criança, Gisele Pecchio lançou Um par de asas para Toby na Praça de Eventos do Osasco Plaza Shopping.
A recusa de livrarias pela comercialização do livro, uma produção independente pioneira no formato acessível para crianças (tinta, braile e MP3), tem prejudicado as vendas mas não imobilizou a autora, que é jornalista e tem recebido muito apoio da imprensa na divulgação da sua missão.
Na véspera do lançamento do livro, o âncora da Rádio CBN, jornalista Adalberto Piotto, entrevistou Gisele durante mais de quinze minutos [o resumo da entrevista está no blog]. Isso atraiu grande número de ouvintes da CBN para a fila de autógrafos.
As livrarias que se recusaram a comercializar o livro não venderiam a mesma quantidade autografada por Gisele, em poucas horas, nem em uma semana de trabalho.
Professora faz a diferença na valorização do aluno, da autora e do livro
Na fila do autógrafo, diante da autora, estava a sorridente e abnegada professora Magali Piazza Giaquinto. Foi comprar vários exemplares do livro para a biblioteca da escola onde trabalha [Emef. Prof. João Larizzatti]. Também foi convidar a autora para uma palestra, que ocorreu no mês seguinte ao do lançamento do livro.
Em 10 de novembro estava lá na escola a autora de Um par de asas para Toby. Antes de falar para mais de 200 alunos, de algumas séries do ensino fundamental, Gisele se emocionou ao deparar com um grande mural, na parede do corredor central. Nele, estavam contidas redações, frases, desenhos e mensagens carinhosas dos alunos referentes ao livro, ao protagonista Toby e a ela própria, a autora. Havia desenhos do Toby pintados a mão e também no computador.
A professora Magali trabalhou os temas tranversais propostos pela autora, no livro, de forma multidisciplinar. Entre os temas, a liberdade com respeito às regras, a importância da amizade e da cooperação na superação de problemas.
Até nas aulas de educação física o professor motivou os alunos para a importância da atividade física graças ao fato de o cão Toby gostar de correr na praia, apostando corrida com os amigos pássaros da esquadrilha da fumaça. Na abordagem sobre o meio ambiente e a cidadania, os temas escolhidos foram a posse responsável dos animais de estimação e a utilização racional dos recursos da natureza.
Gisele Pecchio considera que não poderia ter havido estréia mais marcante para ela, na literatura, do que aquela proporcionada pela professora Magali Piazza Gianquinto. "Não somente pelo respeito e valorização dados pela educadora ao trabalho da autora, mas pelo respeito e valorização dedicados pela educadora aos seus alunos".
Esse respeito e valorização Gisele sentiu novamente, meses depois, em março de 2004, quando se apresentou em palestra no Instituto de Cegos Padre Chico, para alunos do ensino fundamental, durante o lançamento da primeria edição em braile do livro Um par de asas para Toby, transcrito e impresso no IPC. Tempos depois, a autora também autorizou a transcrição e impressão do livro em braile ao Instituto São Rafael, de Belo Horizonte, e à Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo.
nas aulas do reforço
No segundo semestre do ano letivo de 2003, a professora Magali Piazza Giaquinto obteve êxito na evolução dos alunos, nas aulas de Português do reforço escolar. Eram alunos de 9 a 11 anos que tinham importante dificuldade para formular frases empregando corretamente o vocabulário, o sujeito e o verbo.
O êxito da professora ela atribui em parte ao interesse que a história de Um par de asas para Toby despertou nos alunos. O protagonista é um cão verdadeiro, amigo dos pássaros que habitam a Serra dos Itatins, na região do balneário de Peruíbe, litoral sul de São Paulo.
"As crianças gostam de cachorros e aventuras, por isso a trama fez sucesso entre os meus alunos", disse Magali que teve autorização da autora para utilizar o texto e as imagens da primeira história da Coleção Toby, antes mesmo de ter sido lançado o livro.
Em 11/10/2003, véspera do Dia da Criança, Gisele Pecchio lançou Um par de asas para Toby na Praça de Eventos do Osasco Plaza Shopping.
A recusa de livrarias pela comercialização do livro, uma produção independente pioneira no formato acessível para crianças (tinta, braile e MP3), tem prejudicado as vendas mas não imobilizou a autora, que é jornalista e tem recebido muito apoio da imprensa na divulgação da sua missão.
Na véspera do lançamento do livro, o âncora da Rádio CBN, jornalista Adalberto Piotto, entrevistou Gisele durante mais de quinze minutos [o resumo da entrevista está no blog]. Isso atraiu grande número de ouvintes da CBN para a fila de autógrafos.
As livrarias que se recusaram a comercializar o livro não venderiam a mesma quantidade autografada por Gisele, em poucas horas, nem em uma semana de trabalho.
Professora faz a diferença na valorização do aluno, da autora e do livro
Na fila do autógrafo, diante da autora, estava a sorridente e abnegada professora Magali Piazza Giaquinto. Foi comprar vários exemplares do livro para a biblioteca da escola onde trabalha [Emef. Prof. João Larizzatti]. Também foi convidar a autora para uma palestra, que ocorreu no mês seguinte ao do lançamento do livro.
Em 10 de novembro estava lá na escola a autora de Um par de asas para Toby. Antes de falar para mais de 200 alunos, de algumas séries do ensino fundamental, Gisele se emocionou ao deparar com um grande mural, na parede do corredor central. Nele, estavam contidas redações, frases, desenhos e mensagens carinhosas dos alunos referentes ao livro, ao protagonista Toby e a ela própria, a autora. Havia desenhos do Toby pintados a mão e também no computador.
A professora Magali trabalhou os temas tranversais propostos pela autora, no livro, de forma multidisciplinar. Entre os temas, a liberdade com respeito às regras, a importância da amizade e da cooperação na superação de problemas.
Até nas aulas de educação física o professor motivou os alunos para a importância da atividade física graças ao fato de o cão Toby gostar de correr na praia, apostando corrida com os amigos pássaros da esquadrilha da fumaça. Na abordagem sobre o meio ambiente e a cidadania, os temas escolhidos foram a posse responsável dos animais de estimação e a utilização racional dos recursos da natureza.
Gisele Pecchio considera que não poderia ter havido estréia mais marcante para ela, na literatura, do que aquela proporcionada pela professora Magali Piazza Gianquinto. "Não somente pelo respeito e valorização dados pela educadora ao trabalho da autora, mas pelo respeito e valorização dedicados pela educadora aos seus alunos".
Esse respeito e valorização Gisele sentiu novamente, meses depois, em março de 2004, quando se apresentou em palestra no Instituto de Cegos Padre Chico, para alunos do ensino fundamental, durante o lançamento da primeria edição em braile do livro Um par de asas para Toby, transcrito e impresso no IPC. Tempos depois, a autora também autorizou a transcrição e impressão do livro em braile ao Instituto São Rafael, de Belo Horizonte, e à Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo.
Alunos da professora Magali Giaquinto, da Emef Prof. João Larizzatti, em Osasco.
01/11/2006
Profa.Magali Giaquinto
Opinião
"A forma como você se coloca é inteligente e criativa. Gostei da ficha de leitura que acompanha o livro, apropriado para a criança da 4ª série. Como professora, sempre gostei de incutir na criança o processo da leitura, por meio de perguntas sobre quem são as personagens, do que se trata o livro, etc. Seu livro é bem pormenorizado, auxiliando-nos no ensino do processo da leitura para um bom aproveitamento da obra". Magali Piazza Giaquinto - Emef Prof. João Larizzatti (Osasco-SP), professora e pedagoga.
"A forma como você se coloca é inteligente e criativa. Gostei da ficha de leitura que acompanha o livro, apropriado para a criança da 4ª série. Como professora, sempre gostei de incutir na criança o processo da leitura, por meio de perguntas sobre quem são as personagens, do que se trata o livro, etc. Seu livro é bem pormenorizado, auxiliando-nos no ensino do processo da leitura para um bom aproveitamento da obra". Magali Piazza Giaquinto - Emef Prof. João Larizzatti (Osasco-SP), professora e pedagoga.
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