Outono, junho, 14. Conseguir sair num domingo de outono e
comprar duas blusas para Fany foi uma alegre passagem de estação. Nem liguei
para o vento gelado levantando folhas secas e sacos plásticos desafiando as
rodas dianteiras da minha cadeira. Desafio maior é conviver com a dor
torturante das lesões na coluna, na pele e sorrir. Minha mãe tem bom gosto comprou
duas blusinhas lindas, uma de estampa floral e outra azul com bordado branco
abaixo do decote. Passeio curto, de grande significado para mim. Sempre aparece
alguém para me ajudar a subir, descer rampas e vencer calçadas e ruas esburacadas
com perigosos desníveis. Em casa, na volta do passeio, nos abraçamos e dissemos
uma para a outra: “Estaremos sempre juntas até o infinito”. O amor infinito é
fundamento e não sentimento, por isso vive para sempre.
Descrição da imagem: Elzi e eu com a seleta de frutas nas mãos tendo do lado esquerdo um poema de Ferreira Gullar.
AMIZADE SE RENOVA NA PASSAGEM DA ESTAÇÃO
Outono, junho, 15. Estava terminando de costurar
uma adaptação que precisei fazer numa roupa e pensando em telefonar para a
amiga Elzi quando ela me ligou dizendo que estava chegando para uma visita. Nordestina
vinda de São Luís, Maranhão, terra do poeta Ferreira Gullar, para estudar,
trabalhar e vencer em Osasco, São Paulo. Nossa amizade vai se fortalecendo a
cada passagem de estação. Ela me trouxe uma seleta de riquezas da terra, entre
elas as castanhas do Pará. Amizade é o mais puro amor, sempre presente e se
renovando. Um desafio para o poeta traduzir. Descrição da imagem: Elzi e eu com a seleta de frutas nas mãos tendo do lado esquerdo um poema de Ferreira Gullar.
Clicar com o mouse para ver e ler ampliado o poema Traduzir-se
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço pela sua presença. Abraço meu, Gisele