02/08/2012

Gisele Pecchio está feliz com a sua calcinha de algodão

Hoje recebi a visita de outro colega da Prefeitura do Município de Osasco. O Enfº Felisberto Pereira Lima, do Programa de Atendimento Domiciliar (PAD), da Secretaria de Saúde. Igual a do fisioterapeuta, uma visita profissional.
Quando ligaram-me agendando fiquei meio preocupada pois estava acostumada com a Enfª Mariselma Gimenes. Entre mulheres fico mais à vontade devido ao grau de comprometimento motor e fisiológico em que me encontro.
Nada como um dia após o outro para eu me acostumar com a nova vida. Agora não pode mais haver espaço para a timidez, o pudor, o choro e o recato quando se tratar da minha relação com os profissionais da saúde e cuidadoras. Preciso me adaptar para viver.
Imagine que graças ao profissionalismo do Enfº Felisberto, hoje, deixei a fralda, ainda que experimentalmente, e estou usando a minha calcinha de algodão favorita. Estava esquecida na gaveta do meu guarda-roupas, no meu quarto, onde jamais pude entrar após o acidente, em março de 2010. São 23 degraus até a minha antiga casa, onde talvez não mais voltarei sem um elevador ou outro tipo de adaptação capaz de me fazer subir sentada, na minha cadeira..
CALCINHA - Você deve estar rindo da importância que dei para uma simples e velha calcinha de algodão. Ocorre que há dois anos e meio uso fraldas por causa das feridas na bunda. O mais engraçado é que além do elástico velho e bem soltinho ela tem a estampa de uma criança andando de bicicleta. A diferença agora é que a minha "bicicleta" tem duas rodinhas pequenas e duas grandes. Hoje, Felisberto colocou-me em decúbito para aplicar dois curativos hidrocoloides franceses, um no glúteo e outro na região sacral. São curativos muito caros, de rápido resultado no fechamento das úlceras, explicou ele. O ideal é que permaneçam até sete dias e resistam ao suor do corpo e a água do banho. Por isso a fralda deu lugar à calcinha de algodão. O algodão absorverá a umidade para o bom resultado.
Vamos torcer para dar certo. Do contrário, valerá o longo, cansativo e também custoso tratamento convencional das velhas e boas pomadas.
Passo a passo, com a ajuda do pessoal do convênio hospitalar, do PAD e da AACD vou vencendo barreiras que pareciam intransponíveis.
Deus, em nome de Jesus, muito agradecida por mais este dia. Tome conta da Gi. Ela está em suas mãos e confia em ti. Cuide bem da pequena Giovana, ela também precisa muito de ti. Amém.

2 comentários:

  1. SEM CALCINHAS. VOLTAM AS FRALDAS. Não consegui ficar com os curativos. Eles foram soltos pelo calor e umidade do corpo. O tipo de lesão medular sofrida por mim deixou-me com a temperatura do corpo em desequilíbrio. Suo muito, às vezes um suor frio, outras vezes um suor quente. Não dá para prever ou evitar. Assim como os espasmos o suor é involuntário e terei que encontrar um modo de ser feliz, mesmo sabendo que a minha calcinha de algodão voltará para a gaveta e as feridas voltaram, hoje, ao tratamento convencional.
    É a vida. E pode ser bonita. Depende de nós, de quem já foi ou ainda é criança...

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  2. Gisele,recebi um convite para fazer parte de sua comunidade e o link veio até seu blog,do qual já sou seguidora mas não sabia que tinha voltado a postar! Seu texto me emocionou, pois nas pequenas coisas,grandes avanços!Fico contente por esses avanços e sei como cada conquista é enorme quando se trata de saude!Gisele,me manda um recadinho se precisar de alguma coisa,tá?Bjs,

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Agradeço pela sua presença. Abraço meu, Gisele