19/11/2007

Bandeira Nacional, por Gisele Pecchio











O menino, a Bandeira e o futuro

Por Gisele Pecchio

"Salve, lindo pendão da esperança, Salve, símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz...”

O brasileiro Lucas, 2 anos, com os braços para o alto e o sorriso emoldurando o rosto pálido, de feições angelicais, foi a mais bela homenagem prestada à Bandeira Nacional presenciada por mim, em 19 de novembro.
Eu saia da repartição pública onde trabalho, por volta das 12 horas, quando encontrei o menino trazido no colo, pela mãe. Ele sorria, com os braços apontados na direção do Pavilhão Nacional. Cheguei a ouvi-lo balbuciar algo, como se estivesse se comunicando com as bandeiras, lá hasteadas.
“É a primeira vez que ele vê bandeiras”, disse a mãe. “Ainda bem que elas estão em perfeito estado e correta apresentação”, pensei comigo mesma. Noutra repartição, da saúde estadual, por onde eu havia passado, pela manhã, o menino encontraria o Pavilhão Nacional em péssimas condições. Uma pena alguns gestores públicos não observarem o respeito a um dos mais importantes símbolos nacionais. É sabido que a ignorância parece estar na moda, mas, no que se refere aos símbolos nacionais, a não observância aos princípios da Lei é condenável.
A chuva fina não foi impedimento para a homenagem única e solitária do menino. Em retribuição ao afeto sincero, soprado pelo vento leve o céu de puríssimo azul, a verdura sem par das nossas matas e o esplendor do Cruzeiro do Sul tremularam em saudação exclusiva. Só Lucas entendeu o significado particular daquela saudação.
Eu, maravilhada com a cena, sorri para a mãe e para o menino que alheio continuava olhando firme na direção do verde lábaro estrelado, ladeado pelas bandeiras do Estado de São Paulo e do Município de Osasco.
Nos olhos verdes do menino brilhavam em profusão as cores do “querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil!”, como escreveu o poeta Olavo Bilac e compôs o músico Francisco Braga.
Lá, diante da Bandeira Nacional, perto do meio do dia dedicado a Ela estavam apenas o menino, no colo da mãe, e eu, admirada com a beleza da imagem à minha frente. Sem cerimônia, sem hino. Só a chuva fina e o vento suave trazendo à memória os tempos em que não ignorar era moda.
gisele.jorn@uol.com.br
”...Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!...”

07/11/2007

ENTREVISTA

Neste sábado, às 3 da tarde, entrevista com a autora da Coleção Toby, Gisele Pecchio, no programa Caminhos Alternativos (Rádio Trianon AM 740). É um programa de entrevistas do radialista e professor de jornalismo Luiz Deganello, doutorado pela ECA/USP, membro da Fundação Padre Anchieta, ex-diretor da Fundação Instituto Tecnológico de Osasco (Fito) onde foi um dos idealizadores do curso de Jornalismo. Na entrevista, ao vivo, Gisele falará sobre os caminhos percorridos por ela, com a Coleção Toby, e sobre as surpresas e revelações ao longo dessa jornada, iniciada em 2003 com Um par de asas para Toby. Haverá participação dos ouvintes do programa, por telefone, e sorteio de livro da Coleção Toby em tinta ou braile+CD.

Caminhos Alternativos
Sábado, 10/11, às 3 da tarde
Rádio Trianon AM 740 (Capital)
Universal AM 810 (Baixada Santista)
Apresentação: Luiz Deganello
Participação especial: Dra. Beatriz Goldberg

01/11/2007

Vera Zednik e Rosangela Gera: mães escrevem à Gisele Pecchio

SÃO PAULO (SP) - Prezada Gisele, admiramos muito seu trabalho e sensibilidade.
A partir deste e-mail, vou admirá-la ainda mais, pela mente privilegiada, que não ficou cristalizada como a da maioria dos intelectuais, ou das pessoas que se imaginam em posição de plateia, enquanto o mundo passa ao seu redor, apontando as mais diferentes necessidades, nos que buscam e/ou esperam, tão somente, um olhar ajustado, feito o seu. Pena eu não me encontrar ao seu lado, naquele momento [palestra que inspirou o artigo abaixo, no Blog].

Mas estou aqui, como você, lutando por essa causa e por outras, de maneira exaustiva, sendo paciente impacientemente, para tentar enfrentar tais desconstruções, em silêncio e no anonimato. Porém, firmemente, com o propósito de cumprir a minha parte, nessa ampla responsabilidade de todos (seres sociais que somos), com o intuito de ajudar a transformar essa perversa realidade, que a maioria das pessoas que têm em mãos a possibilidade de fazer a diferença, nem percebe, como esse escritor [a personalidade citada no artigo].Quem serão os deficientes?
Sou Vera Zednik, presidente e fundadora do Projeto Acesso.
Tomarei a liberdade de lhe enviar a primeira edição de nosso Boletim Informativo, com a esperança de que, em algum momento, possamos receber a sua visita amiga.
Venha conhecer de perto nosso trabalho. Com toda modéstia, vimos orientando uma prática educacional, para que nossos alunos se integrem de maneira ajustada, produtiva e feliz.
Um grande abraço, de quem muito a admira.
Vera Zednik


COLATINA (ES) - Gisele , não há o que comentar, está tudo aí nas suas palavras . Ou melhor, há sim o que comentar. Quero dizer que você faz valer aquele trecho bíblico que diz: "vós sois o sal da terra", a exemplo de poucos que vamos conhecendo pela vida, você está entre os que fazem a diferença, os que salgam, não?
Mais uma vez parabéns pela iniciativa. Quero mesmo dizer-lhe obrigada, pela Laura e por todas as crianças cegas do Brasil.
Rosangela Gera
Ilustração: mensagem Natal/2005 enviada por Gisele Pecchio, contendo texto relacionado às prioridades eleitas quando se tem sensibilidade para valorizar o essencial. O texto foi inspirado em fato observado por Gisele numa situação do cotidiano. Para imprimir, basta clicar sobre a imagem e acionar a impressora.