*Sobre os sintomas persistirem:
Entendi o quão inútil foi o meu sacrifício perambulando de consultório em consultório para descobrir a origem da dor. Um simples exame de urina e urocultura teriam me livrado de muitos constrangimentos. Um único e justo atendimento feito por qualquer um dos profissionais que me atendiam, da médica do atendimento domiciliar, ao ginecologista ou urologista. E mais tarde ainda fui acusada de gerar custos para o convênio. O único exame que fiz no consultório do urologista, uma urodinâmica pedida pela fisiatra do convênio, em 04/9/12, poderia ter me auxiliado. Neste dia relatei os sintomas ao médico e o pedido de um exame de urina e urocultora teriam evitado um calvário de peregrinações. O próprio ginecologista poderia ter solicitado, já que utilizo sonda, não porque quero mas tenho feridas e perdi, de há muito, a capacidade de conter a urina associada a insuficiência esfincteriana.Tenho infecções urinárias de repetição e necessito de controle e antibióticos.
Quem resolveu mesmo foi a psiquiatra que me atendeu em 26/9/12. Estava com muito ardor e solicitei que me desse uma guia para urina I e urocultura, antes de relatar a ela como me sentia em relação aos medicamentos que faço uso para enfrentar essa tribulação toda. Ela errou a data quando pedi, noutra consulta, em 28/1/13, que confirmasse o pedido de exame que lhe fiz (anotou 26/9/13 invés de 26/9/12), razão pela qual estou postando hoje no blog. O resultado saiu em nome do ginecologista, que não me fez pedido de exame de urina. O resultado da origem do pedido saiu em nome da assistência domiciliar mas me levaram em maca ao laboratório para fazer a coleta, estando eu em regime de home-care. Depois, o enfermeiro do home-care me entregou o resultado e disse para eu mostrá-lo à psiquiatra. Não retruquei, ignorei mais essa tortura psicológica e estresse do meu já cansado corpo físico. Depois que o enfermeiro foi embora abri o exame, li o resultado e insisti pela conduta do serviço domiciliar que saiu em 04/10/12 após eu engolir provocações.
No último dia 14 estive em consulta com ginecologista do convênio. O médico que me atende somente tinha agenda para 31 de agosto; a consulta já havia sido marcada há cerca de um mês. Precisei antecipar, com outro profissional, devido a uma insuportável intercorrência. Mesmo assim, aguardei uma semana pelo atendimento.
Cheguei no consultório em maca. A enfermeira levou os instrumentos para exame de Papanicolau e se colocou à disposição do doutor para auxiliá-lo. O médico, no entanto, sequer me examinou. Percebi que tinha boa vontade mas não sabia o que fazer com uma paciente paraplégica que tem espasmos na perna e ainda utiliza sonda de demora.
Nem tentou me examinar, não prescreveu e me forneceu amostra grátis de uma pomada a base de fosfato dissódico de dexametasona mais associação. Tentou me poupar e se poupar mas a pomada não resolveu e os sintomas persistem*.
Percebi a sua boa vontade, inútil, em querer me ajudar evitando algo que pudesse me prejudicar diante da sua falta de prática em atender pacientes como eu. Para falar a verdade, eu mesma estou apanhando muito para aprender a lidar com esse meu outro corpo físico. Ele está muito diferente do que já foi.
Jamais usei sonda, nunca tive escoliose, espasmos ou úlceras de pressão. As drogas que eu conhecia eram adrenalina e serotonina e, de vez em quando, umas gotinhas de analgésico ou antitérmico.
Li na web uma entrevista com a jornalista Flávia Cintra, também lesada medular, sobre a conduta de alguns médicos diante de pacientes como nós. Ela inspirou a criação da personagem tetraplégica em novela da Rede Globo.
Comentei o fato em consulta com a médica que me acompanha na AACD-Osasco, Dra. Midori. Ela foi enfática ao dizer que tenho o direito de exigir ser examinada.
Tenho fé que essa é uma missão que me cabe para contribuir, como outras tantas mulheres com lesão medular, a fim de melhorar a vida de pessoas diferentes com direitos iguais. Para então, com a indispensável ajuda dos médicos, paramédicos e outros profissionais que se dedicam ao setor da saúde, atingir a tão sonhada reabilitação e readaptação para a vida e para o trabalho. Acaso tudo contribua para eu desistir de lutar, que Deus me ampare em sua infinita misericórdia.
Entendi o quão inútil foi o meu sacrifício perambulando de consultório em consultório para descobrir a origem da dor. Um simples exame de urina e urocultura teriam me livrado de muitos constrangimentos. Um único e justo atendimento feito por qualquer um dos profissionais que me atendiam, da médica do atendimento domiciliar, ao ginecologista ou urologista. E mais tarde ainda fui acusada de gerar custos para o convênio. O único exame que fiz no consultório do urologista, uma urodinâmica pedida pela fisiatra do convênio, em 04/9/12, poderia ter me auxiliado. Neste dia relatei os sintomas ao médico e o pedido de um exame de urina e urocultora teriam evitado um calvário de peregrinações. O próprio ginecologista poderia ter solicitado, já que utilizo sonda, não porque quero mas tenho feridas e perdi, de há muito, a capacidade de conter a urina associada a insuficiência esfincteriana.Tenho infecções urinárias de repetição e necessito de controle e antibióticos.
Quem resolveu mesmo foi a psiquiatra que me atendeu em 26/9/12. Estava com muito ardor e solicitei que me desse uma guia para urina I e urocultura, antes de relatar a ela como me sentia em relação aos medicamentos que faço uso para enfrentar essa tribulação toda. Ela errou a data quando pedi, noutra consulta, em 28/1/13, que confirmasse o pedido de exame que lhe fiz (anotou 26/9/13 invés de 26/9/12), razão pela qual estou postando hoje no blog. O resultado saiu em nome do ginecologista, que não me fez pedido de exame de urina. O resultado da origem do pedido saiu em nome da assistência domiciliar mas me levaram em maca ao laboratório para fazer a coleta, estando eu em regime de home-care. Depois, o enfermeiro do home-care me entregou o resultado e disse para eu mostrá-lo à psiquiatra. Não retruquei, ignorei mais essa tortura psicológica e estresse do meu já cansado corpo físico. Depois que o enfermeiro foi embora abri o exame, li o resultado e insisti pela conduta do serviço domiciliar que saiu em 04/10/12 após eu engolir provocações.
No último dia 14 estive em consulta com ginecologista do convênio. O médico que me atende somente tinha agenda para 31 de agosto; a consulta já havia sido marcada há cerca de um mês. Precisei antecipar, com outro profissional, devido a uma insuportável intercorrência. Mesmo assim, aguardei uma semana pelo atendimento.
Cheguei no consultório em maca. A enfermeira levou os instrumentos para exame de Papanicolau e se colocou à disposição do doutor para auxiliá-lo. O médico, no entanto, sequer me examinou. Percebi que tinha boa vontade mas não sabia o que fazer com uma paciente paraplégica que tem espasmos na perna e ainda utiliza sonda de demora.
Nem tentou me examinar, não prescreveu e me forneceu amostra grátis de uma pomada a base de fosfato dissódico de dexametasona mais associação. Tentou me poupar e se poupar mas a pomada não resolveu e os sintomas persistem*.
Percebi a sua boa vontade, inútil, em querer me ajudar evitando algo que pudesse me prejudicar diante da sua falta de prática em atender pacientes como eu. Para falar a verdade, eu mesma estou apanhando muito para aprender a lidar com esse meu outro corpo físico. Ele está muito diferente do que já foi.
Jamais usei sonda, nunca tive escoliose, espasmos ou úlceras de pressão. As drogas que eu conhecia eram adrenalina e serotonina e, de vez em quando, umas gotinhas de analgésico ou antitérmico.
Li na web uma entrevista com a jornalista Flávia Cintra, também lesada medular, sobre a conduta de alguns médicos diante de pacientes como nós. Ela inspirou a criação da personagem tetraplégica em novela da Rede Globo.
Comentei o fato em consulta com a médica que me acompanha na AACD-Osasco, Dra. Midori. Ela foi enfática ao dizer que tenho o direito de exigir ser examinada.
Tenho fé que essa é uma missão que me cabe para contribuir, como outras tantas mulheres com lesão medular, a fim de melhorar a vida de pessoas diferentes com direitos iguais. Para então, com a indispensável ajuda dos médicos, paramédicos e outros profissionais que se dedicam ao setor da saúde, atingir a tão sonhada reabilitação e readaptação para a vida e para o trabalho. Acaso tudo contribua para eu desistir de lutar, que Deus me ampare em sua infinita misericórdia.