Tive a honra de ser aluna da Profa. Maria Helena Becker, prima de Cacilda Becker (1921-1969), grande dama do teatro brasileiro. Uma professora linda, educada, elegante, todas as qualidades de uma dama. Lembro-me com saudade dela porque amava ensinar e gostava dos seus alunos.
Na primeira série, eu e colegas de classe fomos torturados por uma bruxa em forma de professora. Nos batia com enorme régua de madeira, puxava nossas orelhas e cabelos. Na 4ª série, do então 2º Grupo Escolar de Osasco (SP), conheci o que é uma professora de verdade. Ela nos deixou quase na metade da série. Sua prima Cacilda Becker faleceu e nossa professora pediu transferência para a Capital. Nunca mais soube dela. Igual a Cacilda, tinha uma particularidade: comia muito pouco.
O ator, diretor e professor de teatro Ziembinski dizia que Cacilda "tinha a fragilidade de uma flor de estufa. Alimentava-se com um ovo e um pedaço de carne". Minha professora comia um ovo e um tomate com a elegância de quem degustava a mais nobre iguaria da culinária.
Cacilda morreu há 45 anos, no intervalo da peça "Esperando Godot" na qual era a protagonista, representava Estragon. Tenho certeza que minha professora Maria Helena ainda vai me dar notícias. Deve estar aposentada, elegante e atual.
Escrevi este texto depois de conversar com a amiga Cecilinha. Ela estudou em outra escola e quer saber o nome da bruxa que nos torturava na 1ª série. Disse a ela que mais vale falar do belo e do bem. A Profa. Maria Helena, sucedida pela Profa. Ana Laura, outra delicadeza de mulher, ajudaram a mim e meus colegas a curar parte dos nossos traumas. Digo parte deles porque eu e mais algumas colegas carregamos até hoje uma criança tímida e assustada dentro de nós.
Escrevi este texto depois de conversar com a amiga Cecilinha. Ela estudou em outra escola e quer saber o nome da bruxa que nos torturava na 1ª série. Disse a ela que mais vale falar do belo e do bem. A Profa. Maria Helena, sucedida pela Profa. Ana Laura, outra delicadeza de mulher, ajudaram a mim e meus colegas a curar parte dos nossos traumas. Digo parte deles porque eu e mais algumas colegas carregamos até hoje uma criança tímida e assustada dentro de nós.
Naquela época, década de 60, apanhávamos e nossas mães retribuíam a professora com uma rosa ou uma maçã para que não nos maltratasse. Tempo duro. Tempo de chumbo. Não havia a organização e proteção aos alunos que existe hoje. Porém, hoje os professores é que apanham dos alunos. Tempo duro. Tempo de chumbo. Somente mudaram os atores e os papéis.
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