Convidada pela editora Companhia das Letras, num ensolarado e inesquecível sábado
de 2002, compareci ao relançamento de Raízes
do Brasil, a mais importante obra de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982,
SP) e a mais fiel descrição da história da cultura e formação da sociedade
brasileira. Evento comemorativo dos 100 anos de nascimento do autor, no Centro
Universitário Maria Antonia, da USP, onde ele lecionou na Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, palco das
organizações universitárias que marcaram os movimentos sociais contra a
ditadura.
Ao entrar no auditório, além de um mergulho na história estudantil, percebi que era um evento para poucos convidados. Filhos do autor, jornalistas e críticos de literatura. Senti-me tímida diante de personalidades tão queridas e importantes como a cantora Miúcha, Ana de Holanda e Cristina Buarque, sentadas na primeira fileira. De repente um silêncio absoluto e a chegada discreta do mais famoso filho do homenageado: Francisco Buarque de Holanda, o Chico Buarque. Coube a ele ler um trecho do livro escrito pelo pai, publicado em 1936, mais tarde traduzido em várias línguas.
As luzes direcionadas para o palco destacavam o par de olhos verdes que pareciam olhar para mim quando ele lançava os olhos à plateia, que mal respirava tamanha a concentração e o respeito pelo momento único que a editora nos proporcionou.
Após a leitura, Chico Buarque concedeu poucas palavras às perguntas dos jornalistas. Não consegui formular uma única questão. Jamais fui tão tímida em toda a minha vida de timidez. Saí da sala, em direção à saída do prédio histórico, com as mãos molhadas de suor. Ao perceber alguém saindo logo em seguida virei a cabeça para o lado direito do corredor, era Chico Buarque que parou, tocou na maçaneta de uma porta, para abrir, e ficou por um instante olhando para mim. Senti que ele me deu a chance de lhe perguntar algo. Fiquei pálida, sorri e segui meu caminho me sentindo a criatura mais tola do mundo.
Enquanto caminhava pela rua Maria Antonia, lembrei-me de personalidades como as cantoras Elba Ramalho e Joyce, elas também sentiram algo parecido quando viram Chico Buarque pela primeira vez. Ele é tão simples, discreto e de poucas e certas palavras que desarma a gente.
Sérgio Buarque de Holanda, historiador, professor, jornalista, escritor e crítico literário. Um dos intelectuais fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, foi correspondente de O Jornal, dos Diários Associados, em Berlim, de 1929 a 1930.
A mais famosa obra escrita pelo autor
Chico Buarque, músico, compositor, cantor, dramaturgo e escritor acaba de lançar mais um romance, inspirado em seu oitavo irmão, por parte de pai, nascido em Berlim. O Irmão Alemão, novembro, 2014, editora Companhia das Letras
Ao entrar no auditório, além de um mergulho na história estudantil, percebi que era um evento para poucos convidados. Filhos do autor, jornalistas e críticos de literatura. Senti-me tímida diante de personalidades tão queridas e importantes como a cantora Miúcha, Ana de Holanda e Cristina Buarque, sentadas na primeira fileira. De repente um silêncio absoluto e a chegada discreta do mais famoso filho do homenageado: Francisco Buarque de Holanda, o Chico Buarque. Coube a ele ler um trecho do livro escrito pelo pai, publicado em 1936, mais tarde traduzido em várias línguas.
As luzes direcionadas para o palco destacavam o par de olhos verdes que pareciam olhar para mim quando ele lançava os olhos à plateia, que mal respirava tamanha a concentração e o respeito pelo momento único que a editora nos proporcionou.
Após a leitura, Chico Buarque concedeu poucas palavras às perguntas dos jornalistas. Não consegui formular uma única questão. Jamais fui tão tímida em toda a minha vida de timidez. Saí da sala, em direção à saída do prédio histórico, com as mãos molhadas de suor. Ao perceber alguém saindo logo em seguida virei a cabeça para o lado direito do corredor, era Chico Buarque que parou, tocou na maçaneta de uma porta, para abrir, e ficou por um instante olhando para mim. Senti que ele me deu a chance de lhe perguntar algo. Fiquei pálida, sorri e segui meu caminho me sentindo a criatura mais tola do mundo.
Enquanto caminhava pela rua Maria Antonia, lembrei-me de personalidades como as cantoras Elba Ramalho e Joyce, elas também sentiram algo parecido quando viram Chico Buarque pela primeira vez. Ele é tão simples, discreto e de poucas e certas palavras que desarma a gente.
Sérgio Buarque de Holanda, historiador, professor, jornalista, escritor e crítico literário. Um dos intelectuais fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, foi correspondente de O Jornal, dos Diários Associados, em Berlim, de 1929 a 1930.
A mais famosa obra escrita pelo autor
Chico Buarque, músico, compositor, cantor, dramaturgo e escritor acaba de lançar mais um romance, inspirado em seu oitavo irmão, por parte de pai, nascido em Berlim. O Irmão Alemão, novembro, 2014, editora Companhia das Letras
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