Continuo com as mesmas responsabilidades de antes do acidente que me deixou paraplégica. Sou a mesma mulher emotiva, sensível e direta nas minhas decisões. Com a coluna quebrada e outras graves sequelas foi embora a minha capacidade de fazer um montão de coisas ao mesmo tempo. Troquei o carro por uma cama motorizada e as pernas fortes da nadadora e ex-jogadora de basquete repousam frias sobre as pernas da cadeira de rodas que me conduz.
Desde cedo fui educada para servir e para a independência. Aprendi a lavar minhas calcinhas, depois minhas roupas. Com auxílio de um banquinho lavava toda a louça e fazia café e bolo para as visitas. Encantadas com a minha habilidade para auxiliar mamãe, na hora de ir embora as visitas sempre me davam um dinheirinho para comprar doces. Eu guardava as moedas num cofrinho e mais tarde minha mãe ia comigo depositar na poupança. Fui uma das primeiras crianças a abrir uma caderneta de poupança na antiga Haspa.
O que seria de mim hoje não fosse essa educação financeira? Também devo à mamãe esse primeiro passo.
Com 22 anos fui trabalhar como jornalista no Bradesco, primeiro na Fundação, depois no Banco. Lá aprimorei a disciplinada atitude de poupar de 30% a 40% do meu ganho mensal.
Hoje tenho conseguido pagar todas as despesas da casa, pessoais e ainda pessoal de enfermagem para cuidar de mim e uma maravilhosa auxiliar para ajudar a mim e a mamãe na arrumação da casa. Antes, era eu quem limpava, lavava e fazia tudo por aqui, até pintura de paredes e manutenção predial.
Não percebi que o tempo passou e que aos 50 anos uma mulher não deve pegar tão pesado assim. Ocorre que trabalho com redação, criação, pensando e planejando o tempo todo. Pensar dói. Então, o esporte e os serviços domésticos sempre foram uma forma de distração.
É tão gostoso arrumar gavetas num dia de chuva. Agora quase entro em pânico quando chove porque tenho medo de a enfermeira não aparecer para ajudar-me a sair da cama para começar o dia.
Graças a Deus fiquei sem tomar banho e fazer curativo um único dia.
Como escreveu-me Mara Gabrilli: "Uma pessoa disciplinada como você, que continua persistindo em acertar, subitamente descobre que por entre linhas tortas o mundo se acertou..."
Desde cedo fui educada para servir e para a independência. Aprendi a lavar minhas calcinhas, depois minhas roupas. Com auxílio de um banquinho lavava toda a louça e fazia café e bolo para as visitas. Encantadas com a minha habilidade para auxiliar mamãe, na hora de ir embora as visitas sempre me davam um dinheirinho para comprar doces. Eu guardava as moedas num cofrinho e mais tarde minha mãe ia comigo depositar na poupança. Fui uma das primeiras crianças a abrir uma caderneta de poupança na antiga Haspa.
O que seria de mim hoje não fosse essa educação financeira? Também devo à mamãe esse primeiro passo.
Com 22 anos fui trabalhar como jornalista no Bradesco, primeiro na Fundação, depois no Banco. Lá aprimorei a disciplinada atitude de poupar de 30% a 40% do meu ganho mensal.
Hoje tenho conseguido pagar todas as despesas da casa, pessoais e ainda pessoal de enfermagem para cuidar de mim e uma maravilhosa auxiliar para ajudar a mim e a mamãe na arrumação da casa. Antes, era eu quem limpava, lavava e fazia tudo por aqui, até pintura de paredes e manutenção predial.
Não percebi que o tempo passou e que aos 50 anos uma mulher não deve pegar tão pesado assim. Ocorre que trabalho com redação, criação, pensando e planejando o tempo todo. Pensar dói. Então, o esporte e os serviços domésticos sempre foram uma forma de distração.
É tão gostoso arrumar gavetas num dia de chuva. Agora quase entro em pânico quando chove porque tenho medo de a enfermeira não aparecer para ajudar-me a sair da cama para começar o dia.
Graças a Deus fiquei sem tomar banho e fazer curativo um único dia.
Como escreveu-me Mara Gabrilli: "Uma pessoa disciplinada como você, que continua persistindo em acertar, subitamente descobre que por entre linhas tortas o mundo se acertou..."
Eu, mamãe e a sobrinha Marianna, que hoje faz aniversário. PARABÉNS MARI! |
Gisele
ResponderExcluirSou o Ricardo Aparecido Dias, jornalista, que trabalhou com você na PMO.
Não sabia do seu acidente e da sua paraplegia.
A forma como você está encarando essa situação só me demonstra, mais uma vez, a sua força interior, o seu caráter firme, a sua fé em Deus.
Além da sua criatividade, do seu excelente texto, da sua organização enquanto profissional, já havia percebido em você a vocação natural para ensinar, sobretudo através de exemplos e obras. Enxergo tudo isso, claramente, nos textos postados no seu blog. É uma alegria muito grande falar com você, mesmo que virtualmente. Será uma alegria maior ainda se me aceitar no rol dos seus amigos virtuais.
Obrigado por você existir.
Ricardo, obrigada pelo comentário.
ResponderExcluirFiquei contente em revê-lo quando eu saia do consultório acompanhada da Dra. Ana.
Essa situação me entristece porque me imobiliza já há 2,5 anos. Preciso voltar a trabalhar na PMO, cumprir os anos que faltam para a minha aposentadoria e voltar a trabalhar com as crianças. Espero contar com o seu apoio na minha volta e reintegração em local próximo de casa. Não sei como irei pilotar minha cadeira pelas calçadas de Osasco por isso não quero arriscar ir muito longe (risos).
Abraço meu a você a à simpática Mercedez.
Gisele
Estou,novamente, sem empregada e vivo aos sobressaltos porque o convênio médico agora me atende através do departamento jurídico. Tenho conseguido sair da cama e ir para o banho porque pago para auxiliares de enfermagem me ajudarem nessa tarefa, antes de fazer os curativos nas ardidas e secretivas feridas. Vivo aos sobressaltos, com medo de me faltar esse procedimento que dura tão pouco e custa tão caro para mim. Não posso manter uma auxiliar de enfermagem e uma empregada ao mesmo tempo. Não sei como resolver isso.
ResponderExcluirSábado, último, percebi minha perna esquerda inchada, após eu tentar retirar minha bermuda. Também percebi a unha do pé direito inflamada.
Preciso passar em consulta e aguardo pelo departamento jurídico do convênio a liberação de uma ambulância.
Sinto-me insegura. Salvaram a minha vida e, agora, para mantê-la, preciso da Justiça cuja determinação não é cumprida na sua integridade.