foto: Gisele Pecchio,
Dia da Bandeira, neste blog
Quando abri os olhos, na UTI, sentindo dores por todo o corpo, inerte abaixo do estômago, nem desconfiava que dores mais intensas sentiria tempos depois, em casa, retomando a luta pela acessibilidade. Não somente pelo direito de acesso ao conhecimento e à leitura para crianças de todas as idades e diferentes necessidades, por meio da Coleção Toby. Minha luta ganhou grau maior de dificuldade. Não consigo chegar até as crianças e professores. Não posso aceitar convites para sessões de leitura e palestras nas livrarias. Não tenho editora nem distribuidora para auxiliar-me a não deixar morrer trabalho editorial pioneiro no Brasil em livros paradidáticos. Sem a Justiça Eleitoral, talvez, nem votar para Prefeito e Vereador na cidade de Osasco, onde moro há 52 anos, conseguirei.
Nesta terça, 18, por telefone, solicitei ao Cartório Eleitoral de Osasco veículo adaptado com rampa para votar em 7 de outubro. Disseram-me que haverá Vans comuns, sem rampa, para atender a esse tipo de demanda. Sugeri que formalizassem por ofício, à Companhia Municipal de Transportes (CMTO), serviço que cuida da gestão do transporte público e mobilidade, da Prefeitura Municipal de Osasco. Não houve resposta sobre minha sugestão.
Telefonei ao pessoal do Servindo, onde estou inscrita para fazer uso do transporte para levar-me às consultas na AACD. Disseram-me que o serviço opera de segunda a sexta, somente para consultas e terapias. Isso eu já sabia e somente tenho o que agradecer pela gentileza e profissionalismo dos motoristas e pessoal da gestão.
Disseram-me, também, que poderia se caracterizar em crime eleitoral a utilização do transporte adaptado para deficientes no dia da eleição. Argumentei que ao oficiar à Prefeitura do Município de Osasco o pedido do veículo adaptado com rampa, a Justiça Eleitoral estaria cumprindo o princípio da igualdade de acesso para pessoas diferentes.
Informei sobre a minha demanda, e a de quem possa se enquadrar no meu estado de comprometimento físico, à deputada federal Mara Gabrilli, a primeira tetraplégica a nos representar no Parlamento. Estou aguardando orientação sobre como poderei exercer o meu direito de votar. Capacidade intelectual não me falta. Faltam-me condições. Meu tempo na cadeira de rodas ainda é restrito, por causa das úlceras de pressão e outras sequelas. Aguento até 4 horas. Meu tempo começa a contar a partir das 10h., quando após banho, curativos e ajuda para vestir-me e sentar-me na cadeira posso ser útil à minha família e à Pátria.
Em resposta ao meu pedido, a deputada federal Mara Gabrilli respondeu:
ResponderExcluirDe: Mara Gabrilli - Dep. Federal [maragabrilli@maragabrilli.com.br]
Enviado em: quinta-feira, 27 de setembro de 2012 12:38
Para: 'Gisele Pecchio Dias'
Cc: 'André Correa'
Assunto: RES: VOTAR
Vou oficiar a prefeitura.
Beijos
Mara