...e os Mistérios da Floresta
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Subindo a Serra
Fontes de água limpa e fresca brotam dos costões rochosos esculpidos entre o oceano e o continente. Uma mata verde-oliva encobre a cadeia de montanhas. Diz a lenda que ela abriga seres etéreos e misteriosos, capazes de fazer desaparecer quem ousa desvendar os seus segredos. No passado, a mata era habitada por índios Tupiniquins e foi palco da história de amor entre o cacique Peroibe e a índia Juréia.
Nascido e criado nos contrafortes da montanha, o cão Toby sonhava com a possibilidade de voar para ver do alto como é bonita e imensa a floresta.
Certo dia, depois de correr na praia com os amigos pássaros, da esquadrilha da fumaça, Toby se rendeu ao cansaço e adormeceu ali mesmo, na areia da praia, ao lado da imponente e misteriosa montanha.
O sol desaparecia no horizonte tingindo de vermelho-ouro a água do mar.
A floresta também adormecia, em meio aos ruídos dos pássaros que voltavam para a copa das árvores, na montanha.
Enfeitadas com tapetes verde-musgo, repletos de flores de todos os tipos, tamanhos e cores, as árvores da Mata Atlântica são majestosos condomínios onde habitam centenas de espécies de aves e outros animais.
A Baitaca discutia com o vizinho Tucano porque ele havia metido o bico na sua conversa com a mulher do Tatu, que mora no térreo.
— Essas duas ficam matraqueando na frente da minha porta, invés de fazer o jantar, e depois não querem que eu meta o bico na conversa — queixou-se o Tucano à dona Jararaca.
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— Psiuuu! — Em conversa de mulher, homem não mete a colher nem o bico, muito menos um bicão igual ao seu — disse a cobra.
Cansado de pular de galho em galho, o Macaco-prego parou para bebericar numa queda d’ água, antes de ir para casa dormir.
Enquanto isso, alguém desligou a luz. O clarão vermelho se apagou e um manto preto-estrelado brilhou no horizonte.
O menino índio deixou a canoa na margem do rio Preto e começou a abrir uma trilha na areia, ao lado do Toby, que dormia.
Ao ouvir o assovio misterioso do índio, milhares de vaga-lumes desceram a montanha para iluminar a trilha, formando cordões de pisca-piscas dos dois lados.
Sonolento, Toby se levantou e caminhou em direção ao final da trilha, que acabava no pé da montanha.
Para chegar lá, o cão teve que atravessar as águas do rio, que corria para o mar. A água doce e morna o despertou na frente de um lindo portal esculpido na rocha, iluminado pelo clarão da lua.
— Não fique aí parado, entre! —, exclamou o menino.
Surpreso, Toby entrou e acompanhou o índio, que corria montanha acima, seguido pelos vaga-lumes...
Reservas de palestras, livros em tinta, braile e MP3: gisele.jorn@uol.com.br
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