31/12/2014

APÓS 11 ANOS, REENCONTRO LEITOR DO MEU PRIMEIRO LIVRO





Osasco (SP) - Há 11 anos, o tenista e futuro engenheiro civil Paulo Leonardo Coronado de Pinho tinha 8 anos e era aluno do Colégio Porto Seguro. Foi uma das crianças convidadas por mim para ler e comentar o conteúdo do meu primeiro livro: Um Par de Asas para Toby. Filho do casal de médicos Maria Rúbia e Joary, Paulo tem um irmão, João, hoje com 20 anos, tenista, cursando engenharia. Na tarde deste último dia do ano, eu mamãe e Toby recebemos a agradável visita de Joary e Paulo.
Igual a Itiko Morita, hoje morando no Japão, Joary é mais que um amigo. É um irmão que Deus coloca em nossas vidas. Mesmo distantes, quando nos reencontramos é como se tivéssemos nos visto ontem.
Conheci o então médico-cirurgião Joary numa das rampas de acesso do Hospital Municipal Antônio Giglio, onde eu trabalhava na divulgação dos assuntos de interesse público na área da Saúde e do Centro de Estudos Científicos da unidade hospitalar.
Numa manhã, eu tentava, sem êxito, auxiliar um beija-flor que entrou no hospital e não conseguia achar a saída. Dr. Joary, sorrindo, pegou uma vassoura do pessoal da limpeza e, concentrado, conseguiu libertar o pássaro por uma das janelas.
Depois conheci a ginecologista e obstetra Maria Rúbia e os lindos garotos, Paulo e João. Ambos têm os olhos azuis da mãe e o carisma e a simplicidade do pai.
Tive o privilégio de jantar na casa da família com minha sobrinha Pamela, na época uma garotinha, igual aos filhos do casal. Hoje, Pamela está com 21 anos e se prepara para concluir o curso de Direito e prestar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Foi muito emocionante rever o leitor e comentarista mirim do meu primeiro livro. Sempre procurei valorizar a criança, em todas as circunstâncias, por isso oferecia a elas a leitura do meu texto em avant-première.
Dr. Joary e Paulo, com a minha eterna gratidão pela Graça de nossas famílias terem se encontrado, desejo a vocês um 2015 pleno de realizações, com a proteção de Jesus.

19/12/2014

CADÊ OS LIVROS? ELES DEVEM FAZER PARTE DO NATAL SOLIDÁRIO

Continuo recebendo pedidos da Livraria Cultura e informando que não tenho mais condições de atender porque não tenho quem os entregue. São pedidos constantes, em pequenas quantidades, e a livraria somente retirava comigo pedidos com muitos exemplares. Desgastante para mim, devido ao estado em que se encontra o meu corpo físico. Torturante para o meu corpo mental. Por isso, resolvi doar todos ao MercaTudo do Instituto André Luiz. No entanto, algumas pessoas me ligam dizendo que não estão encontrando os livros lá e que algumas lojas nem atendem ao telefone.
Não tenho como resolver isso. Doei com a intenção de que fossem vendidos, a um preço justo, para reverter os valores às crianças das Casas André Luiz. E, claro, para utilização nas próprias atividades lúdicas e educativas da mesma.
Cabe à instituição o destino final dos livros doados por mim. Espero que não seja o da reciclagem.
Aproveito para deixar aqui a minha mensagem para o Natal e Ano Novo:

Natal, tempo de renascer com Ele e renovar esperanças, entre elas, a de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, fundamentos essenciais rumo a um Brasil realmente civilizado.

Descrição da imagem: eu, sentada na minha cadeira de rodas,
ao lado da minha pequena grande mãe. Agora, sentada,
eu perco em altura para esse metro e meio de pura
dedicação e boa vontade. Ao fundo, o presépio de Natal
da Praça de Eventos do Osasco Plaza Shopping. O mesmo
local onde eu sempre autografava meus livros, na Semana
das Crianças, aqui em Osasco (SP)
 
 

18/12/2014

ESTIVE COM CHICO BUARQUE, NA RUA MARIA ANTONIA

Convidada pela editora Companhia das Letras, num ensolarado e inesquecível sábado de 2002, compareci ao relançamento de Raízes do Brasil, a mais importante obra de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982, SP) e a mais fiel descrição da história da cultura e formação da sociedade brasileira. Evento comemorativo dos 100 anos de nascimento do autor, no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, onde ele lecionou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, palco das organizações universitárias que marcaram os movimentos sociais contra a ditadura.

Ao entrar no auditório, além de um mergulho na história estudantil, percebi que era um evento para poucos convidados. Filhos do autor, jornalistas e críticos de literatura. Senti-me tímida diante de personalidades tão queridas e importantes como a cantora Miúcha, Ana de Holanda e Cristina Buarque, sentadas na primeira fileira. De repente um silêncio absoluto e a chegada discreta do mais famoso filho do homenageado: Francisco Buarque de Holanda, o Chico Buarque. Coube a ele ler um trecho do livro escrito pelo pai, publicado em 1936, mais tarde traduzido em várias línguas.

As luzes direcionadas para o palco destacavam o par de olhos verdes que pareciam olhar para mim quando ele lançava os olhos à plateia, que mal respirava tamanha a concentração e o respeito pelo momento único que a editora nos proporcionou.

Após a leitura, Chico Buarque concedeu poucas palavras às perguntas dos jornalistas. Não consegui formular uma única questão. Jamais fui tão tímida em toda a minha vida de timidez. Saí da sala, em direção à saída do prédio histórico, com as mãos molhadas de suor. Ao perceber alguém saindo logo em seguida virei a cabeça para o lado direito do corredor, era Chico Buarque que parou, tocou na maçaneta de uma porta, para abrir, e ficou por um instante olhando para mim. Senti que ele me deu a chance de lhe perguntar algo. Fiquei pálida, sorri e segui meu caminho me sentindo a criatura mais tola do mundo.

Enquanto caminhava pela rua Maria Antonia, lembrei-me de personalidades como as cantoras Elba Ramalho e Joyce, elas também sentiram algo parecido quando viram Chico Buarque pela primeira vez. Ele é tão simples, discreto e de poucas e certas palavras que desarma a gente.

Sérgio Buarque de Holanda, historiador, professor, jornalista, escritor e crítico literário. Um dos intelectuais fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, atual UFRJ, foi correspondente de O Jornal, dos Diários Associados, em Berlim, de 1929 a 1930.



 
















A mais famosa obra escrita pelo autor

Chico Buarque, músico, compositor, cantor, dramaturgo e escritor acaba de lançar mais um romance, inspirado em seu oitavo irmão, por parte de pai, nascido em Berlim. O Irmão Alemão, novembro, 2014, editora Companhia das Letras